setembro 30, 2008

queridos filhos

Queridos Diogo, Laura e Mario,
papai e mamae fizeram uma otima viagem. Estamos visitando uma cidade muito bonita. A casa em que estamos eh muito confortavel e o casal que nos recebe muito amavel.
Estamos com muita saudades, logo mandamos uma foto.
Um grande beijo, Papai e mamae.

setembro 21, 2008

memórias [ 2 ] o efeito dos trigêmeos na família

Um dos meus cunhados, na verdade esse é concunhado, o único concunhado que tenho [mas se cunhado já é ruim, imagina concunhado!], sempre fala que o nascimento dos trigêmeos foi uma grande mudança pra família toda. Refletiu em cada um de um jeito, mas todos tiveram que mudar alguma coisa em suas vidas, conscientemente ou não.

Uma que teve sua vida afetada foi a Luisa. Luisa nasceu 4 meses antes dos trigêmeos chegarem. Mal teve tempo de ter seu lugar de princesa e uma avalanche de crianças passou por cima dela. Uma graça a moreninha. Quando ela nasceu fiz uma série de fotos, ainda no hospital. É brava, tem o sangue quente, mistura de Italiano com espanhola. Vai vendo.

Outro que teve que fazer mudanças foi o próprio cunhado [o concunhado]. Quando íamos almoçar na casa do sogro aos domingos, éramos companheiros de cerveja, de papos. Logo que os tri nasceram, mudou tudo, era uma loucura. E íamos todos os domingos! Não havia espaço pra mais nada, ficava todo mundo em função daqueles três pequenos. Ele lembra do chorinho dos três, do cheiro de leite azedo, de fralda suja, do almoço a prestação, cada um almoçando quando dava, uma zona. Os três ficavam pelo chão, ainda tinha a Luisa e a Isabela, filha dele que devia ter por volta de dois anos. É, acho que era dose mesmo!

Depois de uns meses, ele não agüentou, queria ter um lugar pra passar o fim de semana tranqüilo. Há muito tempo ele queria uma casa na represa e os trigêmeos apressaram seus planos. Comprou! E desapareceu dos domingos na casa do sogro por um bom tempo. Acho que foi uma boa mudança na vida dele. Ele tem uma bela opção nos fins de semana.

Com certeza outras pessoas também tiveram que fazer mudanças em suas vidas, mas essas duas me chamam a atenção. Das minhas mudanças, bom, dessas não preciso falar de novo, né?

fim de semana [ 4 ] 04/05


[Enquanto os meninos brincam de carrinhos em volta da mesa de jantar, Laura brinca dentro da cabaninha]

Quando chove ou faz muito frio, não tem jeito, a melhor coisa é ficar em casa. Campinas não tem muitas opções de lazer, em dia de chuva, então, nem se fala. Museu? Não tem. Biblioteca pública? Não tem. Centros comunitários com atividades para os pequenos? Não tem. Parques com áreas cobertas e fechadas? Não tem. Teatro? De vez em quando. Tudo isso porque Campinas é uma cidade rica, entre os 10 maiores PIBs do país. E com um PIB desses, sabe o que tem? Shopping. E convenhamos, shopping é uma péssima opção de lazer porque não foi feito pra divertir e sim pra comprar e gastar. Resta o cinema. E sabe onde ficam os cinemas da cidade? Nos shoppings, claro. Os do centro viraram igrejas há muito tempo. Nos dois últimos meses fomos ao cinema com os três e eles adoraram. Mas em geral, ficamos em casa.

paint [ 4 ]

[mais uma arte dos trigemeos]

setembro 19, 2008

nossas viagens

Bia e eu fizemos duas viagens grandes, de férias. Em 2006 e 2007. Ficamos vinte dias fora. É muito tempo longe dos trigêmeos. Fico desesperado de saudades. Dá vontade de chorar. Quando vai chegando a hora de voltar vai dando aquela ansiedade, uma gana de chegar logo pra ver os filhotes, abraçar, beijar. Mas essas escapadas são ultra necessárias. Nosso dia a dia não é fácil e levar os três, apesar de todos os pontos positivos, não é bolinho, não.

Desde que os tri nasceram saímos de vez em quando pra um fim de semana fora, em São Paulo ou nas redondezas. Lembro que em 2005, o cansaço era tanto que íamos passar uma noite em qualquer hotel pra dormir. É, dormir! Nesse ano fizemos a primeira experiência de ficar dias longe deles. Comemoramos nosso aniversário de casamento em Extrema, MG, numa pousadinha bastante agradável. Foram só três dias. Mas foi ótimo. E já deu pra ter saudade.

Em 2006, Bia teve uma convenção em Las Vegas. Aproveitei pra ir, já que uma passagem [a dela] estava paga. O melhor de LAs vegas foi ganhar US$200 na roleta! Nunca tinha jogado. Sentei numa mesa, coloquei US$10 e perdi em três rodadas. Coloquei mais 10 e saí com 220! Duzentão limpos no bolso. E fomos jantar num restaurante ‘fancy’. Adrenalina pura! Dali fomos para o Grand Canyon e lá encontramos Marta, minha irmã. Era um dos lugares que eu realmente queria conhecer. Então seguimos pra Los Angeles, cidade fantástica. Na volta tivemos que comprar uma mala só pros presentes que compramos pros filhotes.

Ainda nesse ano, Bia, participando de uma outra convenção, no Brasil, compra por um terço do preço, um cruzeiro pro Alaska. Desde que casamos, em 2000, Bia vinha tentando me convencer a fazer um cruzeiro, mas não era das coisas que mais me atraíam. Tanto ela falou que aceitei, com uma condição: ‘Só se for pro Alaska!’ E não é que um belo dia ela me liga e fala: ‘Vamos pro Alaska?’ Do outro lado da linha pensei comigo, endoidou!, mas respondi: ‘Vamos! Quando?’ Então ela conta a estória, pergunta se pode dar um lance num leilão de um cruzeiro 6 estrelas pro Alaska. Não acreditei, mas topei. E deu certo!

[primeira parada no Alaska. Atras de mim, um Halibut...peixe sensacional!]

[na cabine, tomando um champagne de boas vindas]

[Peyto Lake, Banff, CA]

Em 2007 partimos pra vinte dias de viagem, sete dias espetaculares no cruzeiro, quatro dias em Vancouver, onde o navio atracou e mais sete dias viajando de motorhome pelas montanhas rochosas do Canadá. Foi a viagem mais bonita que já fiz, com paisagens maravilhosas. E, de novo, deu uma saudade danada dos nossos trigêmeos.

Agora estamos a uma semana da partida pra mais uma viagem. Vinte dias de novo. Já estou ficando com saudades. Pensar que vou ficar longe deles todo esse tempo...E os três vão ficar sob a responsabilidade da Vovó Maria. Boa sorte, Vovó!

setembro 18, 2008

Resposta rápida

Já faz um tempo que Laura acha coisas bem mais interessantes pra fazer do que sentar à mesa pra almoçar. Não que ela não coma, pelo contrario, come até que muito bem, o problema é que parar pra almoçar é uma perda de tempo. E ela não tem tempo a perder!

Ontem, na hora do almoço, resolvi distraí-la enquanto ela se esforçava pra ficar quieta na cadeira e relutava em comer. A primeira coisa que me veio a cabeça, falei: ‘Laura, o negocio é o seguinte, o preço da mula é cento e vinte’. E a Laura respondeu de bate pronto: ‘muito caro, pai’.

Não deu pra falar mais nada, só gargalhar.

paint [ 3 ]

arte a 4 maos: Diogo e Mario

setembro 17, 2008

saudades da vovó Guguta

Vovó Guguta foi com a Bibia e o Andreco para o Colorado. Vai ficar 2 meses, volta dia 07 de outubro, está quase chegando. Os trigêmeos estão morrendo de saudades dela. Mas os netos do norte também precisam da vovó, também adoram essa avó. Nada mais justo que passe um tempo por lá.

‘Estou com saudade da vovó Guguta’ é a frase que mais ouço ultimamente. A vovó Guguta está sempre com eles. Praticamente todos os dias ela dá uma passada por aqui. Uma vez por semana ela fica com os pequenos à noite pra gente dar uma escapada, um cineminha, um restaurante, um chopp.

[Bia e Vovo Guguta em outubro de 2003, Bia com 3 meses de gravidez]

Os trigêmeos adoram a vovó. Ela ficou conosco por quatro meses logo que os três nasceram. Depois ficou por um ano vindo todos os dias no fim da tarde. É um vínculo muito forte. Quero ver quando ela chegar a farra que os três vão fazer. Queria, porque dessa vez não estarei aqui. Bia e eu vamos viajar dia 28/09, por 20 dias. Não é a primeira vez que fazemos isso mas vai ser a primeira sem a vovó full time com eles. Vamos ver como vai ser...

Vovó Guguta, você faz muita falta!

[Minha Baba e Vovo Guguta]

setembro 16, 2008

Bibia e Andreco

[Andreco e Bibia no Projeto Tamar, Ubatuba, julho 2008]
As crianças têm primos que moram longe. Os filhos da Maná [minha irmã mais velha], Bibia e Andreco e os filhos da Guy [minha irmã mais nova], Gui, Marina e Dani. Guy mora em Tubarão, SC. Conseguimos nos ver umas quatro vezes por ano em feriados longos, festas do final do ano, carnaval. As crianças adoram esses encontros.

Já com os filhos da Maná a coisa é um pouco mais complicada. Eles moram em Colorado Springs, CO, EUA. Uma bela cidade, uma bela região de montanhas e natureza exuberante, a uma hora de Denver, capital do estado. Pena que é longe, bem longe. Bibia e Andreco têm vindo quase todo ano pra cá. Este ano vieram sozinhos. Minha irmã chegou a conclusão que o que gastava com atividades e estrutura para acompanhá-los durante as férias escolares daria pra mandá-los passar as férias no Brasil. Bárbaro!

Os trigêmeos são apaixonados pelos dois. E os dois adoram os tri também. Então a coisa vira uma farra, porque os filhos da Guy vem de Tubarão [conseguiram vir por uma semana] e os filhos da Bê [minha outra irmã, do meio] já estão aqui. Aí ficam os 11 primos juntos, uma folia [foi isso que me deu uma ressaca das férias...].

Bibia e Andreco ficaram um pouco aqui em casa, um pouco na casa da vovó Guguta e um poucão na casa da Bê. Foram 2 meses de Brasil e eles simplesmente adoram. Mas na hora de ir embora é uma tristeza, fica todo mundo com saudades. E ainda por cima eles levaram a vovó...

tosse

Apesar da seca ter melhorado um pouco, a umidade ainda está bastante baixa aqui na região. E nos últimos dias os tri estão com muita tosse, especialmente à noite, e um muco grosso, difícil de sair. Estamos fazendo de tudo pra acabar com isso, menos remédios pesados, xaropes e anti-alérgicos. Ontem preparei mel com cúrcuma e um xarope que leva de tudo um pouco. Receitas da Sonia Hirsch, no livro Atchim! Eu recomendo o livro, ótimo pra cuidar de crianças de um jeito mais natural. E recomendo Sonia pra todas as mulheres, ela dá dicas importantes. Eu gosto de alimentação natural, então fico de olho no que ela escreve, fala, indica.

setembro 15, 2008

nota: prediletos

inseri ao lado uma lista de posts preferidos. Recebo o feedback de alguns leitores importantes, principalmente da familia, irmas, cunhados, alguns amigos, alguns leitores assiduos. Achei legal chamar a atencao pra esses textos. Alguns sao meus preferidos tambem. Espero que pessoas que passem por aqui uma ou outra vez tambem gostem.

nomes: significados e numerologia

Não me acho supersticioso, muito menos esotérico, nem ligado a misticismos. Sou bastante racional, materialista, no sentido filosófico, não monetário ou financeiro. Acho que sou racional 90%! [Parece coisa de rótulo de bebida, graduação alcoólica – no Brasil qualquer bebida tem até 40%, por lei. Daria pra colar isso no ‘meu’ rótulo!] Isso tudo eu acho, não sei se tenho muita certeza. Acho que depende das circunstâncias....Acho que tem a ver com o fato de ser filho de uma mulher crente, tão crente que, como é comum no Brasil, é sincrética, mistura todas as coisas sem cerimônia nenhuma e acha isso normalíssimo. Mas vai falar isso pra ela....

Em todo o caso, às vezes recorro aos números, ao I Ching os aos astros. Afinal, são três práticas baseadas nas ciências, portanto racionais! Quando estávamos escolhendo os nomes dos três, tenho que confessar, consultei um daqueles dicionários de nomes, pra ver os significados e tal e ainda brinquei com os números. Achei um papel com minhas anotações na época. E o resultado foi bem interessante.

Diogo, o instruído = 5, criatividade e dinamismo.
Com os sobrenomes = 11, força e controle [ou 2, sensibilidade, intuição, cooperação]

Laura, coroa de louros, o prêmio = 8, raciocínio e sabedoria. Com os sobrenomes = 5, criatividade e dinamismo.

Mario, o forte = 11, força e controle [ou 2, sensibilidade, intuição, cooperação]. Com os sobrenomes = 8, raciocínio e sabedoria.

Só deu 5, 8 e 11! Pura coincidência, porque os nomes já estavam escolhidos quando fiz essa brincadeira. Cumprir-se-á a magia dos números? Só o tempo dirá, não perca...

setembro 14, 2008

Poesia do Tio Nando

O Nando é casado com minha irmã caçula. Sou padrinho do filho mais velho deles, o Gui. Uma honra. Os três são padrinhos do Mario [o Nando representou o Gui, que ‘e o padrinho, então ficaram os três!]. Mexendo nuns papéis acabei achando uma poesia que o Nando fez pros trigêmeos. Eu nem me lembrava disso!

São três
três, número primo,
mas irmãos
multiplica tudo
mas não divide
três Reis Magos
três Marias
três sementes de vida
unidas pelo princípio
três gotas de
amor bastante
para inundar corações

Aí Nando, valeu!

setembro 12, 2008

Paint [ 2 ]

[Essa obra é da Laura]

Memórias [1] Rotina depois da escola

Em 2006, eles ainda eram uns bebezões. Afinal, tinham só 2 anos e meio. Agora, podemos dizer que são crianças, bem crianças, deixando pra trás aqueles ‘nheco-nheco’, aquelas manhas que perturbam e dão trabalho pra contornar. O mais difícil nessas situações é manter a calma e a clareza pra mostrar que tal atitude não é legal e que não deve se repetir. Eles estão na fase de atingir uma independência relativa à idade: comer sozinhos, trocar de roupa sozinhos, tomar banho sozinhos, sempre sob supervisão.

Eles entravam na escola, no Infantil 2, com a professora a Laurita. Iam pra escola sem fraldas e tiravam uma soneca depois do almoço e iam até as 4 da tarde. Depois brincavam, tomavam lanche, mamadeira, iam à praça em frente de casa, tomavam um belo banho, jantavam e iam pra cama. Essa rotina, essa fase só terminou no começo deste ano.

Quando acordavam, depois da soneca da tarde, era uma graça. Eles ficavam bem sapecas. Olhando as fotos dessa época não posso dizer que não tenha saudades. Deles, só deles nos melhores momentos, porque do trabalho que tínhamos não tenho a mínima saudade.

[Mario, Laura e Diogo em agosto de 2006]

setembro 11, 2008

regras do jogo

Eles estão começando a aprender e entender regras de jogos. Hoje de manhã o Mario tentava me explicar uma regra de um jogo com bolinha de tênis, não sei se tênis propriamente.

‘Pai, se a bolinha pingar duas vezes, é ponto da bolinha, tá?’

fim de semana [ 3 ] 14/06

Fizemos uma pequena viagem pra Gonçalves. Fomos com a familia do irmão da Bia. Ele tem uma filha de 4 anos também, a Luísa. E o Luca, de 14. Os trigêmeos adoraram. Uma das atividades que mais gostaram foi fazer massa de pizza com o tio. Olha a farra!

setembro 10, 2008

Paint [1]

[esse os 3 fizeram juntos, trabalho coletivo]

Eles adoram sentar comigo aqui no computador e desenhar e pintar com o Paint. É um programa bem simples e limitado, mas pra eles é bem legal. Eles sentam no meu colo, escolhem os pincéis, as cores, as tintas, e vão mexendo o mouse. Eu oriento um pouco pra coisa não descambar. Na maioria das vezes fico muito surpreso com o resultado. Acabo achando os desenhos muito bonitos.

Sempre quis ter um irmão

Eu só tive irmãs. Três! Duas mais velhas e uma mais nova. As diferenças são quatro anos para a mais velha, um ano para a segunda e quatro para a caçula. Acho que sofri um pouco durante a infância por não ter um companheiro pra brincar comigo. Mas tive minhas regalias como único filho [que é diferente de filho único]. O fato é que estamos sempre insatisfeitos com o que temos. Se temos um irmão, dizemos que não queríamos. Se não temos, queríamos.

De qualquer jeito, acho que realizo esse desejo com os dois meninos. Volta e meia me emociono olhando os dois juntos, brincando, conversando. Eles são muito companheiros, quase inseparáveis. Se isso não fosse normal em gêmeos, diria que precisaria separá-los. Aliás, muita gente acha que devemos separá-los, mas não vejo um líder entre os dois ou um que seja a sombra do outro. Entre o Diogo e o Mario isso varia bastante. Depende da brincadeira, do dia, do ambiente e de outras variáveis. As vezes um comanda a brincadeira, as vezes o outro.

Quem deve sentir um pouco é a Laura por não ter uma companheirinha pra brincadeiras de menina. Ela brinca bastante sozinha, brinca muito com os dois, mas certas vezes acho que ela se ressente por não ter alguém que a entenda. Ela tem as vantagens dela, a princesinha da casa, a diferente. Laura já sabe usufruir dessa diferença e com o tempo vai tomar consciência disso e ai sim vai se dar bem.

Agora, olha esses dois. Não é pra fica babando nessa amizade? Já imaginou isso ao longo da vida?

[Diogo e Mario na casa de grandes amigos nossos]

setembro 09, 2008

Fim de semana [ 2 ] 17/02 e 27/04

Se o dia está bonito, levamos os trigêmeos pra gastar energia em algum lugar. Andar de bicicleta é um ótimo exercício e eles adoram. Às vezes vamos a alguma trilha perto da cidade, em Sousas ou Joaquim Egidio ou então até alguma rua sem saída e tranqüila.

Memórias – O começo de tudo [7] – A volta

Talvez tenha sido um dos períodos mais deprimidos por que passei na vida. A sensação da derrota, do fracasso, do projeto não terminado. Foi muito difícil. Pelo menos eu havia engatilhado minha volta para a Unimep, onde já dava aulas. Então, trabalho eu tinha e fui me engajando novamente à vida da Universidade, esquecendo um pouco do projeto mal sucedido. Logo, um outro projeto começou a tomar corpo: o casamento.

Em julho aluguei um apartamento muito interessante, simples, pequeno, mas com qualidades inegáveis. Fazia parte do Harmonia, um conjunto de 3 prédios de 3 andares, sem elevador, daqueles projetos dos anos 70, com uma praça verde no meio, muito agradável. Bem localizado, perto do centro da cidade, arejado, janelas generosas. Dei um trato no apartamento 301 A e me mudei pra lá em agosto. Quando casamos em janeiro de 2000, fomos morar ali e ficamos até julho de 2003. Aí começa a outra parte da história que vocês já conhecem.

[Eu não pensava em ter filhos ainda, apesar de sempre ter tido o desejo de ser pai]

setembro 08, 2008

Fim de semana [ 1.2 ] 17/05

Enquanto isso...
...a Laura.....
...brincava na sala fingindo ser uma violeira....

Fim de semana [1] 17/05

Os fins de semana são bem variados. Procuramos fazer coisas diferentes com os trigêmeos, sempre que possível. Ficar em casa é sempre uma opção quando a semana teve alguma coisa diferente [uma festinha que acaba mais tarde, uma saída inesperada] e foi muito cansativa ou quando o tempo está ruim, chovendo muito. Campinas não tem muitas opções de lazer pra criança quando os dias estão ruins.

Quando eles ficam em casa, todo cuidado é pouco! Tudo pode acontecer! Em segundos eles podem desmontar a casa toda! Uma loucura!

Da uma olhada nessa ‘aventura’ dentro do guarda-roupa. Adianta ficar bravo??? Nada, tem mais é que entrar na dança!

Memórias – O começo de tudo [6] – A visita da Bia

Em fevereiro Bia tirou dez dias de férias e foi me visitar. Fui ao aeroporto esperá-la num dia de nevascas na costa leste. O aeroporto estava fechado e seu avião desceu em Nova Iorque. Ao invés de esperar as graças do clima, Bia seguiu alguns americanos e tomou o trem para Boston. Eu fiquei completamente sem notícias até que o pessoal da portaria do dormitório me ligou dizendo que havia uma pessoa me esperando no saguão. Era Bia. Estava linda, toda de preto, magra com seus cabelos dourados. Depois de 5 meses nos reencontramos.

O dormitório tinha um quarto de hóspedes que alugava para parentes dos estudantes moradores, a preços extremamente módicos. Se não me falha a memória, custava em torno de US$15 dólares por dia, uma pechinha e tanto. O quarto ficava no térreo e dividia um banheiro sem chuveiro com as dependências coletivas, inclusive do bar no porão, através de um pequeno vestíbulo. O detalhe é que nem a porta do vestíbulo nem a do quarto tinham chaves. Ficamos ali uma semana e colocávamos calços nas portas para ter um pouco de segurança em nossa privacidade. Claro que isso não impediu que fôssemos surpreendidos por mais de uma vez por pessoas querendo aliviar suas necessidades naquele lavatório. Passamos ótimos dias juntos, mas eu já estava desanimado com o andamento de minhas buscas por uma bolsa e disse a Bia que voltaria com ela para o Brasil.

Bia disse que não, que queria vir morar em Boston, que eu tivesse confiança que a bolsa iria sair. O problema é que não tinha o dinheiro para saldar o ano. Bia se comprometeu a ajudar, a fazer um cata no Brasil, mas acabou arrumando o dinheiro com seu pai. Que ótimo começo com o futuro sogro, não poderia ser melhor. Acabei não ficando até o final do segundo semestre e em maio estava em casa.

[Uma das sensações mais aterradoras por que passei. Era um projeto que ficava pelo meio, sem fim. Foi ruim, muito ruim. Mas acho que faltou um pouco de paciência, talvez eu pudesse ter ido no ano seguinte...]

setembro 07, 2008

Rotina

Os trigêmeos têm uma rotina bem definida durante a semana. Acordam cedo, Entre 6:30 e 6:45. Tomam leite e comem alguma coisa, na maioria dos dias vendo desenhos animados do Discovery Kids. Depois trocam de roupa e vestem o uniforme da escola. Então escovam os dentes, lavam o rosto e estão prontos para sair. Saímos entre 7:15 e 7:25 para chegar na escola às 7:30, horário de entrada deles. Mas há uma tolerância de 10 minutos.

Aí há a rotina da escola, cada dia com suas atividades, horários definidos e tal. O horário da saída é meio-dia, mas eu sempre chego depois, uns 15 minutos depois. O espaço para deixar as crianças dentro do pátio da escola é bem pequeno e fica congestionado na entrada e na saída. Como eu não gosto desse movimento [sabe aquelas mães que param o carro e vão levar os filhos dentro da sala e não voltam nunca mais? Muitas vezes eu entro no carro da madame e estaciono num lugar meio longe, mas que não vai atrapalhar os outros. Somem, como se a sala do filho fosse a quilômetros dali e a área para deixar as crianças fosse só delas], prefiro ir buscá-los minutos mais tarde e assim pego tudo vazio.

Chegam em casa por volta do meio-dia e meia, famintos. Sim, eles tomam lanche [frutas, sucos, pão, biscoito, etc.] mas não resolve. Eles tem uma fome constante, impressionante! Normalmente, sentam e comem muito bem, depois de lavar as mãos, claro. Comem fruta de sobremesa e vão pra televisão, ver uns desenhos e descansar um pouco.

Todas as tardes eles tem uma atividade. Segundas e quartas, às 15:30, eles fazem pré-esportes, uma atividade lúdica e motora, aberta. Muito legal. Eles escalam barrancos, sobem em arvores, jogam bola, fazem brincadeiras coletivas. Terças e quintas, às 16:20 eles fazem natação, mais pra aprender a se virarem na água sozinhos do que por qualquer outro motivo. Água é uma preocupação, se souberem se virar ganham muita liberdade.

[Laura, em cima, Mario e tio Leo, no meio e Diogo com tia Ju, embaixo]

Depois do pré-esportes eles tomam um pequeno lanche e voltam pra casa pra tomar banho e jantar por volta das 6 da tarde. Nos dias de natação eles tomam lanche antes de ir, tomam banho no clube e chegam em casa quase na hora do jantar. Geralmente chegam quebrados dessas atividades. E agüentam mais uma hora e meia, por ai, até irem pra cama entre 7 e meia e oito horas. E dormem, dormem muito bem. E no dia seguinte estão em pé às 6 e meia de novo.

Os fins de semana são diferentes, relaxamos um pouco na rotina, até pra marcar a distinção entre uma situação e outra.

Memórias – O começo de tudo [5] – O MIT

Parti para Boston [Merdon, como diziam os amigos que não queriam que eu fosse], Cambridge na verdade, onde me integrei a Escola de arquitetura do MIT, uma das melhores escolas do país, que conta com a maior e mais antiga biblioteca de arquitetura e, na época, tinha um dos programas de doutorado mais inovadores, propondo cruzar computação e projeto. Saí daqui com o primeiro semestre pago, mas, como se diz por aí, com uma mão na frente e outra atrás. Mesmo assim, achei que iria ficar os próximos cinco anos morando na costa leste americana. Fui morar na própria universidade, num dormitório para estudantes de pós-graduação. Era um pequeno prédio localizado do outro lado da rua onde ficava a entrada principal do imponente edifício da escola de arquitetura que eu iria freqüentar. Tinha apenas 6 andares, arquitetura vitoriana, com quartos para duas pessoas e cozinha coletiva em cada andar. Cada um tinha que ter sua geladeira, no quarto. Os estudantes vinham de todos os lugares do mundo. No porão do prédio, um bar daqueles que vende cerveja barata [na jarra, o pitcher] e batata chips. A adaptação não foi muito difícil e o bar foi uma grande ajuda.

O dinheiro era tão curto que em três meses me transformei num espeto. Eu que nunca fui gordo, estava esquálido, cadavérico. Um horror, que só iria piorar. Eu mesmo cortava meu cabelo, o que colaborava para me dar um aspecto bastante esquisito. Sorte minha que esquisito ali no MIT era coisa normal. Atendi as aulas necessárias e as eletivas, freqüentei a biblioteca, as palestras semanais, as atividades do dormitório onde morava. Arrumei um emprego de meio período nos arquivos das bibliotecas, que guardavam volumes antigos de anais de congresso, revistas científicas e livros pouco procurados. No meio tempo, buscava de todos os meios uma bolsa para poder continuar freqüentando a escola e concluir meu projeto. O primeiro semestre passou e a bolsa não se viabilizou.

Passei o dia de ação de graças com Marta, minha irmã, que ainda hoje mora sozinha na pequena Colorado Springs, no Colorado, com dois filhos menores. Colorado Springs é uma daquelas pequenas e complexas cidades americanas. Com uma natureza exuberante, bases militares, um parque tecnológico em expansão e um grande número de ativistas políticos, a cidade tem uma infra-estrutura maravilhosa para cerca de 300 mil habitantes. Foram 4 dias de descanso familiar, de boa comida, boas conversas com seus amigos. Voltei para a universidade e passei o natal e o ano novo sozinho com uma espanhola de Santiago de Compostela, uma italiana da Sardenha, um italiano de Parma e dois argentinos.

Meu namoro com Bia seguia pelo telefone e por cartas que ela me mandava todos os meses com alguns dólares dentro. Nessa época ela havia deixado a academia de squash para começar uma carreira na hotelaria. Trabalhava em plantões noturnos como recepcionista de um hotel no centro da cidade. Usava seus dias de folga para dormir e beber umas cervejas com os amigos que convidava para a casa de seus pais. Tarde da noite ela me ligava e chorávamos juntos.

[Nunca pensei que fosse passar por isso, namoro à distância. Foi difícil, fiquei triste, me sentia sozinho. Mas aprendi muito com tudo isso]

setembro 06, 2008

Memórias – O começo de tudo [4] – Antes da partida

Em junho terminei o mestrado, com uma apresentação razoável e a implicância de meu orientador. Até hoje acho que o cara não tinha mais o que fazer e resolveu me encher o saco. Foi daqueles orientadores que não te dão pelota, que marcam reuniões de orientação apenas pra cumprir obrigação. Se tive uma orientação por semestre foi muito. No dia da apresentação ele fez comentários genéricos, abriu a dissertação na página 17 (como eu poderia esquecer!) e apontou uma questão conceitual. Lembro de escorregar na cadeira como quem vai se enfiar embaixo da mesa. Fiquei chateado, bravo, respirei fundo, respondi que ele tinha razão e ponto final. Não seria ele, que não tinha me ajudado em nada ao longo de 3 anos, que iria atrapalhar meu projeto em andamento. Concluir o mestrado era um passo essencial para começar o doutorado no exterior.

Apesar de ter avisado a todos com antecedência sobre a possibilidade de minha ida, a coisa ficou incerta até poucos dias do embarque. O motivo era simples: dinheiro, mesmo com o câmbio praticamente um por um. Foi um parto conseguir a grana pra ir. Vendi o que podia, carro, computador, móveis, tudo. E ainda tive que pedir dinheiro emprestado para os tios mais abonados. Em uma das universidades consegui uma bolsa de valor simbólico pelo período de um ano, que me garantiria pelo menos o pão de cada dia. Uma vergonha, mas era um projeto de três anos prestes a se realizar e eu não queria deixar escapar a chance. Embarquei no final de setembro, deixando o semestre letivo pelo meio, conseguindo garantir minha vaga de professor em uma das universidades em que dava aulas, assegurando um posto de trabalho para quando voltasse e deixando bravos uns tantos colegas.

Antes da partida, porém, fiz o que jamais imaginei que fosse fazer. Fiquei noivo! Realmente estava apaixonado pela Bia. E eu estava convicto de que tinha encontrado a mulher da minha vida. Como ela resistia em seguir comigo para o exterior, o que seria de fato uma loucura já que nos conhecíamos há apenas alguns meses, resolvi deixá-la amarrada! Em agosto ficamos noivos, com um pequeno almoço na casa de seus pais.

[Me apaixonei mesmo pela Bia. Noivado era uma cosia que nunca havia me passado pela cabeça. Mas eu queria que ela fosse me encontrar depois...]

Memórias – O começo de tudo [3] – 1998: o ano chave

No ano seguinte [1998], o fim de minha dissertação de mestrado ia se aproximando, quer dizer, eu era pressionado pelo prazo institucional que me obrigava a terminá-la, caso contrário poderia ser desligado da pós-graduação, o que daria um trabalho danado para recomeçar. Além disso, estava bem encaminhado o projeto de fazer um doutorado nos Estados Unidos e eu queria engatar uma coisa na outra. Eu já vinha trabalhando há uns bons dois anos no projeto do doutorado no exterior. E agora estava quase tudo pronto. Os contatos tinham sido feitos, as provas feitas [o Toefl], o projeto enviado para escola [o MIT], só faltava a carta de aceite. Eu dava aulas em duas universidades, ganhava relativamente bem para um cara solteiro sem muitos planos para fixar nada na vida. Por outro lado, minha relação com a Bia se estreitava cada vez mais. Até que em abril a coisa esquentou.

Eu era freguês de um bar no Cambuí, bairro onde acontece a vida noturna da cidade. Era um bar caipira, com comida feita no fogão a lenha, cachaça de primeira, cerveja gelada e gente bonita. De tanto que ia ao lugar, acabei amigo do dono. Chegava antes de abrir e saía depois de fechar. Como diziam os garçons, eu tinha virado mobília do lugar. Era um bar pitoresco, com móveis antigos, cacarecos de fazenda, luz de lampião e vela. Um único cardápio servia todas as mesas, o que gerava controvérsias, discussões e às vezes até brigas mais acaloradas. O dono era do tipo durão, quase invocado, mas de bom coração. Me deixava ficar pendurado no balcão, uma velha bancada de marceneiro com cadeiras de dentistas do arco da velha.

Já tinha ido com a Bia algumas vezes, com turmas grandes, mesas enormes, uma bagunça típica de botequim. Numa dessas confusões me aproveitei de um trança-trança de gente pra lá e pra cá e passei a mão na Bia pra sentir o material. Nada tão de leve que ela não percebesse mas o suficiente para servir de declaração de intenções. Ela parece que gostou porque ali ficou, saindo naturalmente, sem comentários, pra sentar em seu lugar, do outro lado da mesa. No dia seguinte liguei no fim da tarde e nos encontramos no bar. Estava vazio, sentamos em uma mesa de canto, de pouco movimento, a não ser dos garçons. Conversa vai, conversa vem, minha mão alisando suas pernas, logo estávamos nos beijando acaloradamente, o que rapidamente nos levou para minha casa. Estávamos em abril.

Em poucos dias eu sabia que Bia era a mulher certa para mim. Passamos dias maravilhosos juntos. Em maio chegou a carta de aceite do MIT. Contei a Bia que iria para os Estados Unidos e perguntei se ela iria comigo. Estávamos há um mês juntos. No fim do mês passamos um susto, Bia atrasou, ficamos apreensivos. Foi por pouco, mas já era um aviso do que poderia vir pela frente.

[Sempre quis ter filhos, mas nesse momento específico da minha vida, acho que não queria não. Apesar da gente gostar muito de sair e até começarmos nosso namoro num bar, depois do nascimento dos trigêmeos nunca mais fomos nem naquele e nem em nenhum outro! De veeeez em quaaaando, dá!]

Memórias – O começo de tudo [2] – O segundo encontro

Voltamos a nos encontrar uns dois anos depois, quando André e eu alugamos a edícula de uma casa no Cambuí onde funcionava um condomínio de escritórios de arquitetura, coisa muito comum na cidade. Eu tinha uma velha conhecida da faculdade que tinha uma sala ali e me deu o toque. A edícula funcionava como depósito, precisava de um trato, umas pequenas reformas. Eram duas pequenas salas, um banheiro e uma área coberta. Fomos lá ver, achamos que o lugar tinha jeito, que com pouco dinheiro e algum suor teríamos um espaço de trabalho.

Em um mês fizemos uma limpeza geral e demos um tapa que transformou o lugar. Pintamos as janelas e portas imitando uma pátina, coisa da moda na época. Passamos massa corrida nas paredes, remendamos o forro de madeira. Com a ajuda do pai do André, seu Lélio, refizemos a fiação elétrica e a instalação hidráulica do banheiro. Nessa época eu namorava uma arquiteta que também nos ajudou bastante. Depois de pronto, batizamos o lugar de ‘O estúdio’. Não fazíamos muita coisa ali, além de estudar e escrever nossas dissertações de mestrado, de vez em quando rolava uma festa, e era isso. Mas foi ai que encontrei Bia mais uma vez.

Ela e André não namoravam mais, André já estava em outra e não mencionava mais a Bia. Um belo dia ela liga para ele precisando de um serviço de comunicação visual. Bia tinha uma academia de squash que virava e mexia promovia campeonatos internos, regionais e até internacionais. André trabalhava muito bem com imagens digitais e programas de produção gráfica. Ela queria uns painéis para promover o evento no espaço interno da academia e também os troféus para as várias categorias que iriam disputar a competição. André me consultou, eu topei entrar junto no serviço e Bia apareceu por lá.

Chegou no fim da tarde, já querendo nos arrastar para um chopinho em algum lugar. Não era a loira que eu havia conhecido, estava ruiva, um cabelo em fogo, alaranjado, chamativo. Conversamos, apresentamos nossas idéias, ela topou, combinamos preço, fechamos negócio. O trabalho ficou bastante interessante. Acompanhei o campeonato, regado a cerveja para a assistência. Achei que Bia era completamente louca. O tipo de louca que batia com a minha loucura. E daí em diante não mais a perdi de vista. Passamos a nos encontrar, saíamos para beber, para jantar, íamos ao cinema.

[Eu morava num apartamento no Jardim Planalto, predinho de 2 andares, 2 quartos, pequena sala, varanda de frente para uma praça. Um lugar bom para um cara solteiro]

setembro 05, 2008

Alcançando seus sonhos de infância – Randy Pausch

Bia voltou de uma dessas convenções que ela tem na companhia onde trabalha falando de um livro. Alguém estava lendo e bastante bem impressionada para fazer comentários que cativaram sua atenção. Fiquei curioso e uma passada no Google procurando pelo nome do livro me levou a resultados muito interessantes.

O livro se chama “The Last Lecture” [A lição final, em português, ed. Agir]. Seu autor, um professor da Carnegie Mellon University chamado Randy Pausch. Eu me identifiquei muito com Randy. Professor universitário, 40 e poucos anos, teve 3 filhos quando já mais maduro, um cara de princípios e convicções, sua maneira de enfrentar a vida com alto astral, enfrentando uma situação inesperada.

O livro é baseado na palestra [Randy Pausch's Last Lecture] que Randy proferiu ao ser convidado para a série de palestras da CMU chamado The Last Lecture que consiste em chamar professores para darem uma palestra como se fosse a última: se você tivesse que dar uma palestra que fosse a última, que coisas gostaria de dizer? Bela hipótese para refletir e provocar pessoas interessantes a falarem sobre coisas significativas [Isso é tão comum nas universidades dos EUA, mas tão raro de acontecer nas universidades brasileiras...].

A diferença é que Randy Pausch realmente daria sua última palestra: ele tinha um câncer no pâncreas em fase terminal. Sim, ele tinha, porque Randy faleceu em 25 de julho de 2008. 100% dos casos desse câncer são fatais, 75% em um ano.

O título de sua última palestra é: “Really Achieving Your Childhood Dreams” [Alcançando de fato seus sonhos de infância, em português]. Na verdade, é uma palestra para os filhos de Randy. E mais uma vez me identifiquei com ele porque sua preocupação com os filhos era maior que tudo. Como eles ficariam sem o pai? Admiro Randy porque ele foi muito hábil ao tratar o problema. Primeiro, deixou registrado um pouco de si próprio para os filhos e, segundo, conseguiu, talvez, garantir um pouco de conforto financeiro para eles ao transformar sua história num grande best seller.

Sua palestra está na web, no You Tube, mas é longa, mais de 1h e 15minutos. Fiquei emocionado ao assisti-la. Eu recomendo assistir. Fez com que eu o admirasse como pai. Fez com que eu repensasse uma serie de coisas sobre minha condição de pai. Depois disso, Bia me deu o livro como presente de dia dos pais. O livro pode estar classificado como livro de auto-ajuda. Não sou muito de ler esse tipo de livro e posso garantir que o livro do Randy Pausch não é de auto-ajuda. Pode até ser, mas eu no o considero assim, não. É um livro sobre a vida mesmo. E faz pensar um bocado. Ele deixou uma grande lição.

setembro 04, 2008

Pintura

Essa semana teve dia de pintura aqui em casa. Adivinha se eles nao adoram? Rola uma baguncinha [considerável], mas faz parte. O bom é que eles têm sua mesinha e na sala de TV quase tudo é permitido. Quase tudo...

Memórias – O começo de tudo [1] – O primeiro encontro

Já que vou resgatar coisas das minha memórias, achei que seria legal contar como tudo começou de fato, desde o começo, quando encontrei a Bia. É rápido, vamos lá!

. . .

Na verdade, tudo começou muito antes, quando conheci a Bia, em 1995. Eu cursava o mestrado em Multimeios no Instituto de Artes da Unicamp e logo formamos um pequeno grupo de amigos. Nos reuníamos com freqüência para tomar cerveja e falar sobre nossos projetos de pesquisa e, principalmente, para relaxar e falar da vida. Suzana estudava música no cinema, Kieslowski, Pierre Boulez; Índia estudava a obra de Win Wenders, Fabio estudava as tecnologias de informação na arquitetura, André fotografia digital e eu videoarte. Suzana e Índia moravam juntas numa casa em Barão Geraldo, próximo a Unicamp e naturalmente sua casa se transformou no nosso ponto de encontro. Volta e meia fazíamos um jantar, uma pequena festa. Quando não, nos encontrávamos na casa delas e íamos a algum boteco ali por Barão. Um dos nossos preferidos, tanto pelo preço como pela comida era o bar da coxinha. Lugar simples, despojado, servia cerveja gelada e entre outros petiscos a famosa coxinha que dava nome ao lugar. Era realmente deliciosa, feita pela mãe do dono, que cuidava do bar com toda a família.

Numa dessas idas ao bar da coxinha, apareceu a namorada do André. Loira de cabelos compridos e enrolados, falante, aparentando estar muito segura de si, vestindo umas roupas pretas e levando em punho um daqueles tijolões que eram os primeiros celulares. Chegou depois de todo mundo, sentou um pouco, tomou uns copos de cerveja, falou no celular com duas ou três pessoas e se mandou. Não deu atenções especiais para o namorado e nem pra nenhum de nós. O que sei é que me chamou bastante a atenção. Era bonita, de uma beleza diferente, tinha um espírito livre e me causou uma impressão bem duradoura. Fiquei sem encontrá-la novamente por um bom tempo e sempre que surgia uma oportunidade perguntava, discretamente, ao André sobre ela. Nessa época eles já não estavam se dando tão bem, como depois fiquei sabendo pelo próprio André.

[Eu tinha, então, 35 anos. Gostava da vida de solteiro que levava mas estava ficando cansado]

continua...

Haloween??? Cadê o Saci que tava aqui???

Não entendo muito como essa festa do Haloween pegou no Brasil. Não tem nada a ver com a gente. É americanização de mais pra minha cabeça. Pensei em dizer globalização, mas só se for a globalização da cultura americana. Afinal, quantas festas existem pelos países afora que não pegaram no Brasil e a gente nem ao menos tem conhecimento. Mas não adianta ser contra porque a corrente é forte. Até a escola incentiva isso em detrimento do folclore brasileiro. Será que pegou por causa do trick or treat ? Mas isso se aplicaria tão bem às traquinagens do Saci...

O que eu queria saber mesmo é cadê o Saci-Pererê? Cadê o Curupira? E o Boitatá? A Cuca? O Lobisomem? Nada contra a festa do dia das bruxas, do Haloweeen, mas não seria legal ter uma festa pra criançada baseada nos nossos mitos e lendas, mais com a nossa cara?

Os trigêmeos já falam no Haloween mas não falam nem no Saci...eu fico triste com isso. Precisamos urgente de um livro com essas estórias!

Existe o dia do Saci-Pererê, 31 de outubro, sabia?

setembro 03, 2008

As habilidades de Diogo

Diogo sempre demonstrou habilidades. Foi o primeiro, com apenas 4 meses, a segurar a mamadeira, sozinho. Depois fazia coisas com as mãos utilizando o que se chama de sintonia fina, pegando pequenos objetos e manipulando com destreza.

Depois ele começou a gostar de estorinhas e livros e se tornou extremamente inventivo. Volta e meia ele sugere as brincadeiras e puxa a tropinha para a diversão. Também gosta de ser personagens, dos mais variados tipos. Ele sempre é alguém que não é o Diogo e algumas vezes fica difícil conversar com ele sem saber que personagem está presente.

Agora ele revela um gosto pelas palavras. Ultimamente tem gostado de repetir tudo o que eu falo, papagainho. Tanto que chega a incomodar os irmãos, que perguntam por que o Diogo está me imitando??? É o falante da tropinha. E, na grande maioria das vezes, se expressa corretamente. Claro que troca letras e sílabas como seria de se esperar de uma criança de apenas 4 anos.

Lembro de 4 passagens só essa semana.

Chegamos em casa na hora do lanche e ele estava faminto, só que a limpeza da cozinha ainda não havia acabado. Diogo, vamos ter que esperar a cozinha ficar limpa, tá bom? E ele: Ah! Isso não é justo, pai!

Estávamos conversando e, como é comum, eles começam a falar todos juntos, contando suas coisas e o tom das vozes se eleva. Então o Diogo intervém: Psiu! está tendo reunião!

Eles estavam brincando e a Laura se exaltou com alguma contrariedade e logo escuto o Diogo: Calma, Laura, assim não adianta.

O Haloween está chegando e eles estão empolgados com a idéia de se fantasiar de bruxa, caveira e coisas afins. E, lógico, com a perspectiva de ganharem balas, doces, etc. E aí vem o Diogo: a gente vai se fantasiar e tocar a ‘pancainha’ das outras casas pedindo balas.

setembro 02, 2008

Mudanças

É difícil manter um blog. Na minha opinião, um blog para ser um bom blog tem que ter entradas diárias, novidades todos os dias ou ao menos numa base regular, dois em dois dias, três em três. Sim, porque quem lê, quem acompanha espera por isso, quer ver, ler e saber coisas diferentes todas as vezes que entra. Os blogs que acompanho e considero como os melhores são assim. Os blogueiros desses blogs dispendem energia e tempo na atualização do conteúdo. É isso, conteúdo é tudo. Aliás, todos os entendidos em internet dizem que o problema da rede é conteúdo.

Durante essa ressaca que tive, quase um mês sem escrever nada, fiquei pensando nesse blog aqui. Eu tenho leitores assíduos e que constantemente mantém contato e deixam recados. Tenho alguns outros que estão sempre aqui mas não interagem. E tenho os leitores esporádicos, que passam de vez em quando pra saber como vão as coisas. O blog tem 4 meses e já recebeu 3750 visitas. Muito bom para um tema, digamos, restrito, que não interessa tanto a grande parte das pessoas.

O propósito do blog é contar a história dos trigêmeos e para isso tive que ir contando do começo pro fim, ou do nascimento até os dias atuais. Era como se, até agora, eu contasse as memórias dos trigêmeos, ou da minha relação com eles, minha história de pai de trigêmeos. Acho que chegou a hora de ir contando as coisas que estão acontecendo agora, no dia a dia, como um diário. Deu pra perceber que os Flashs! [que eram pra ser pequenas inserções atuais] começaram a ficar mais freqüentes. A partir de agora vou começar a fazer inserções chamadas Memórias!

Depois que os trigêmeos entraram na escola começou uma fase muito legal que é mais ou menos a mesma fase até hoje. Claro algumas coisas super importantes aconteceram nesse tempo, afinal estamos falando de agosto de 2006, ou seja, dois anos atrás. Nesse período eles tiraram as fraldas, largaram as chupetas e um sem numero de coisas. Mas acho que à medida que for lembrando dessas passagens vou entrelaçando-as à historias do nosso dia a dia. Então é isso, mudanças no blog. Os Flashs! Vão se transformar numa luz constante e Memórias! vão pintar de vez em quando.

Às leitoras e aos leitores do blog, um beijo e um abraço e obrigado por acompanharem minha história.

Flash! [ 10 ] Eles querem motos. Elas também...

Crianças têm um fascínio por motos e veículos motorizados em geral. Os meninos, em geral, são mais propensos a esse encantamento motorizado. Eles sempre falam que querem uma moto assim e assada, da cor tal, que corre muito e querem um capacete da mesma cor e por aí vai. Bom, em geral os meninos falam disso, por que sempre há as exceções.

Vira e mexe, enquanto estamos enfrentando nossos deslocamentos pela cidade, Laura comenta sobre motos. E ela também quer uma moto.

Laura: Pai, eu quero uma moto rosa, com capacete rosa.
Eu: É, Laura, que legal!
Laura: E uma caixinha atrás, rosa também.
Eu: Uma caixinha, Laura, e pra quê?
Laura: Pra fazer compras, pai.

Laura também gosta de motos, mas das motos dos moto-boys, que tem ‘caixinhas’ atrás das mais variadas cores e formas.

setembro 01, 2008

Flash! [ 9 ] Tem uns dias....

¡¡¡oɯsǝɯ oxıɐq ɐɹd ɐɔǝqɐɔ ǝp opnʇ ɐɔıɟ ǝnb sɐıp sun ɯǝʇ

˙˙˙sou oɯoɔ oʇuɐʇ ɯǝʇuǝs oɐu sǝlǝ 'ɯoq 'sǝlǝ ˙sopɐuıɹɐɟuǝ ǝ oʇıɹɟ 'sopɐɹqǝnb soɯɐʇsǝ 'ɐıɔuǝnbǝsuoɔ ɹod 'sou˙˙˙opɐɔsɐl oıɹɟ ɯn ɐʌɐʇsǝ 'sɐuɹǝd sɐu sǝɹop ǝp ɯɐɹɐɯɐlɔǝɹ 'solǝpɐsǝd ɯɐɹǝʌıʇ 'lɐɯ sopoʇ ɯɐɹıɯɹop 'ɹoɹɹoɥ ǝp ʍoɥs ɯn ıoɟ ǝʇıou ɐ

˙ɐƃǝd oɥɔıq o ıɐ˙˙˙ɐıɹǝʇɐq ɐ ɹɐqɐɔɐ ɐ ɐɔǝɯoɔ opuɐnb sɐɯ˙˙˙ɯǝq opnʇ 'ɐʇlos opuɐloɹ ɐɹɹɐɟ ɐ ǝ opɐʇuoɯ ɐʇsǝ oɔɹıɔ o oʇuɐnbuǝ ˙ǝɯnʇsoɔ ǝp ǝnb op ǝpɹɐʇ sıɐɯ ɯǝq ɐɯɐɔ ɐɹd ɯɐɹoɟ 'ɐpɐlǝƃ ɐnƃɐ ɯoɔ ɯɐɹɐɔuıɹq 'ɹǝɯoɔ ɐɹd ɯɐɹɐɹɐd oɐu 'ɯɐɹɐlnd 'ɯɐɹǝɹɹoɔ 'ɹǝnbǝs oʇnuıɯ ɯn ɯɐɹɐɹɐd oɐu sǝlǝ ˙sǝlǝp ɯn ıoɟ ɯǝʇuo ǝnb oɥɔɐ ˙sɐɔuɐıɹɔ sɐp ǝpɐʇuoʌ ɐoq ɐp ɐsnqɐ ǝʇuǝƃ ɐ ǝnb sɐıp sun suǝʇ

[Mario]

[Laura]

[Diogo]


P.S. 1. Achei essa brincadeira [http://www.en.fliptext.net/] no blog da Elaine Bittencourt.
P.S. 2. As fotos sao da prima Bibia.