fevereiro 08, 2011

tiger mother

Por essas bandas do norte está rolando um papo bem interessante sobre educação de crianças. Como sei que a maioria dos leitores do blog está de alguma forma ligado ao assunto, seja como mãe, pai, tia, tio, avô, avó ou apenas é gente que gosta de crianças, tenho certeza que isso vai interessar porque o papo é bem polêmico. E se ainda não chegou ao Brasil, vai chegar logo, tenho certeza.

Uma mãe de duas meninas aqui nos EUA, chamada Amy Chua, descendente de chineses, criou as filhas no cabresto, rédeas curtas, sem espaço pra respirar, duríssima. Coisa assim de obrigar uma das meninas a treinar a tocar violino por horas sem descanso nem pra ir ao banheiro, até que a menina conseguisse tocar uma passagem com perfeição.

Ela escreveu um livro ‘Battle Hymn of the Tiger Mother’ em que conta como educa as filhas, não apenas pra serem alguém na vida, mas pra serem as melhores. Tiger Mother é uma mãe daquelas que não admite que os filhos sejam normais, os filhos têm que ser os melhores, em tudo! Não sei como seria a tradução no Brasil, mas imagino algo assim como ‘Grito de guerra de uma mãe onça’, onça nesse sentido que a gente usa aí no Brasil quando a pessoa é brava, briguenta e tal. Acho que também poderia ser mãe cri-cri, daquelas chatas que acham que os filhos são as pessoas mais importantes numa escola, sabe como é. Enfim, o livro está na boca do povo, em todos os jornais, em todo o lugar se escuta falar da tal Tiger Mom. Saiu uma matéria pré publicação do livro no Wall Street Journal, saiu uma resenha no NY Times, saiu matéria na revista Time.

Não sei muito o que dizer dessa forma de educação. Acho muito extrema e nada que é muito extremo é muito bom. Não posso dizer que está errado porque pode dar certo pra uns e outros. O que acho mais interessante é como algumas idéias aqui ganham a mídia com velocidade, com intensidade. Já tem gente falando que a estória vai virar filme. Eu não duvido. A sede por assuntos polêmicos que podem render dinheiro é infinita, faz parte do capitalismo ‘avançado’ praticado por estas bandas.

Só mais uma coisinha que me impressionou bastante. A Time publicou um gráfico dos padrões de aprendizado de leitura e matemática em países industrializados que mostra os países asiáticos longe na frente dos outros. Não sei quais os métodos que usam por lá mas é outra coisa que vale a pena pesquisar.

Fica aí a dica do assunto, ficam aí as dicas pra leitura, pra pesquisa. Espero que gostem.

8 comentários:

Nordeste: De repente é Cordel disse...

Interessante post! E realmente este assunto de "como" educar filhos sempre dá panos para as mangas.

Afinal como se cria regras ou padrões para educar uma pessoa? Sendo que cada ser é único no universo.

Se nem irmãos gêmeos (ou trigêmeos...rs) são idênticos em tudo?

Padrão é bom pra vender livro, criar polêmica e sim, serve também pra indicar um tendência de como se faz e como não se deveria fazer.

Ah! Octavio, seu blog é excelente, minha esposa é super fã. Temos sobrinhos trigemeos e no fim acaba que nos identificamos com sua saga.

Sugiro que você tenha um tradutor no topo, pois certamente várias pessoas do mundo se interessam.

Se quiser, tenho um no meu blog, da própria blogger. É só copias o link lá e seguir as instruções. Facinho!

Forte abraço e sucesso.
Parabéns pela familia linda!

Samuel Quintans
http://sempreacontecendo.blogspot.com
Sonia Losso
http://mulherarquitetando.blogspot.com

Anônimo disse...

Octavio, o tema já chegou por aqui pelas mãos do Lucas Mendes, jornalista e coapresentador do Manhatan Connection, e a tradução dada foi "mãe trigresa" mesmo. Veja o artigo aqui:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110120_lucasmendes_tp.shtml
Abraços, Ravênia

Anne disse...

Oi Otávio!
esse assunto chegou com tudo aqui também depois da entrevista dessa mãe para o Times. Eu pessoalmente fiquei bem chocada.
Sou outro tipo de mãe. Mas cada um na sua. Só fico bem satisfeita em saber que não é filho meu que recebe esse tipo de tratamento...
pobres crianças.
bjos

Ana Paula disse...

Oi! Que interessante este post. Vi li sobre a 'mãe tigre"na revista crescer, realmente assunto polêmico. Depois vi uma nota publicada em jornal sobre o mesmo tema, mas com variacão de palavras que dava um tom exageradamente negativo. Gostei de uma fala da mãe que disse que não era um modelo a ser seguido, o livro seria apenas como um diário de memórias. Tenho que esperar a traducão por aqui. Mas com certeza vai dar o que falar. Beijos

Ana Carolina Klüber disse...

Post interessante mesmo... mas uma coisa que me veio na cabeça ao mesmo instante que os países asiáticos estão na frente do aprendizado, é que em países asiáticos como o Japão as taxas de suicídio são muito maiores que em outros lugares do mundo justamente por esse exagero na criação dos filhos, que temem não ser aceitos. Sem generalizar claro.

Severino disse...

Educar filhos hoje em dia e complicado!

Família Kuamoto Todyruik disse...

Oi, prazer. Eu cheguei ao seu blog por acaso, tb estou em Calgary. E de primeira visita acabei dando de cara com este tema de 'mãe tigresa'. Como fui criada de um modo asiático (não deste modo tão extremista como mencionado no livro), mas com disciplina, obediência e tentando dar o melhor em tudo e não desistir das obrigações dadas. Vejo como a educação é importante neste tipo de comportamento. Concordo plenamente que nada extremo faz bem. O interessante é que como o gráfico dos padrões de aprendizado mostra, este método realmente funciona para aqueles que querem filhos extremamente focados. As crianças porém não tem tempo para serem crianças e brincar... O que para mim não é bom... Acho que criança precisa ser criança também! Valeu pelo artigo!

Ariane Seixas disse...

Que legal você escrever esse post!! Acabei de ler o livro, fiquei tão chocada que terminei em um dia e fiquei com ele na cabeça por vários outros. A mulher é uma Nazi Bitch, louca de pedra, não sei como aguentou educar as filhas assim por 18 anos e ainda ser professora em Yale. É extremo demais demais o que ela fez. Porque acredito piamente que vc ser um Phd de Harvard não te faz necessariamente uma pessoa feliz...