fevereiro 19, 2009

lição de casa [2]

Terça-feira foi dia de lição de casa. A segunda da vida deles. E foi mais difícil! Agora a folha de papel sulfite A4 tinha um quadro grande com varias células – linhas e colunas – que continham, cada uma, uma letra ou um número. A tarefa era pintar de vermelho as células que continham letras e de azul as que continham números.

Depois de perguntar pra eles o que estava sendo pedido na tarefa, li o enunciado para eles e perguntei se haviam entendido. Tudo bem, entendido, vamos fazer a tarefa. Separamos o material necessário – lápis de cor e de cera vermelhos e azuis e apontador. E aí os 3 começam a fazer suas lições. Induzi os 3 a começarem a lição da esquerda pra direita, do canto superior direito para baixo. Acho que deve ser esse um dos objetivos da tarefa, a pré-alfabetização, desenvolver o pensamento linear que levará a alfabetização plena.

E fiquei surpreso com a atitude de cada um deles. Muito supreso! Diogo entendeu o que tinha que ser feito, começou a pintar as células e não parou. Foi até o fim e completou a tarefa rápido e corretamente. Tudo bem, a pintura das células deixou a desejar, vazou a cor de uma pra outra, mas o conceito estava entendido e respondido. Mario começou bem, mas se distraiu com alguma coisa, parou um pouco, se desanimou quando viu que o Diogo estava lá na frente, mas voltou a fazer a tarefa. A diferença é que ele pintou direitinho cada célula, com esmero e todas as repostas também foram certas. Os dois ficaram super concentrados no que estavam fazendo! E a Laura...bom, a Laura deu um certo trabalho.

Não ficou quieta um minuto, pintou três quadradinhos e se distraiu com a lição dos meninos, depois reclamou que estava com dor de barriga, levantou, deitou no sofá, voltou, reclamou, dizia assim: ‘que saco!’, e pintava mais duas células e reclamava de novo e...nossa! Isso durou a lição toda. Os meninos acabaram suas lições, o Diogo primeiro, o Mario depois e ela continuou lá, na sua ladainha. Os meninos seguiram minha orientação ‘do canto superior esquerdo para a direita e para baixo’, já a Laura, pintou as células escolhidas aleatoriamente ou segundo algum critério que só ela sabia. Enfim ela terminou tudo direitinho, mas fiquei impressionado com a dificuldade que ela teve em se concentrar na tarefa.

Ela demonstra esse comportamento em todas as atividades que não a agradam e que significam ‘perda de tempo’. Na hora do almoço, ela pode estar morrendo de fome, mas é dureza fazê-la sentar pra comer. Quando se rende, come tudo. Acho que com a tarefa foi parecido, ela olhou, entendeu, percebeu qual seria a resposta e o trabalho que daria pra chegar lá e ficou aborrecida, achou que ia ser uma perda de tempo. Afinal, são tantas coisas pra fazer, experimentar e aprender, tantas novidades, tantas coisas pra inventar! A pequena é fogo na roupa!

3 comentários:

Semíramis disse...

Oi Paizão Coruja!!! Curto muito saber sobre desenvolvimento infantil, e principalmente quando se trata de gemelaridade, temos que respeitar mesmo as diferenças e singularidades. Parabéns!
Abraço!!!

Isadora disse...

A gatíssima tem que marcar seu espaço de menina nesse ninho tão povoado!
Tenho apenas uma bb de seis meses e estou adorando acompanhar seu blog.
Bjo

*Renata Gianotto disse...

Me tornei seguidora do blog!

Não tem como resistir às histórias dos seus trigêmeos!

abraço.