Quando assisti ‘A Marcha dos Pingüins’ [Luc jacquet], chorei que nem gente grande! Que nem gente grande chorando como criança, de soluçar. Aquele filme mexeu muito comigo, tanto que fiz questão de ter uma cópia. O filme é muito bom, as imagens são maravilhosas, a musica é linda, o tema é muito original e a locução brasileira é na medida. As vozes da Patrícia Pilar e do Antonio Fagundes têm a firmeza e a delicadeza que o filme pede. Acho que a Bia também ficou muito emocionada. As crianças eram pequenas, a gente estava naquele sufoco dos dois primeiros anos, trigêmeos, pouco sono, pouco tempo pra nós dois, pouco tudo. E muita, muita, muita doação, só dando carinho, atenção, cuidado.
Eu me identifiquei com aquele pai pingüim, com o cuidado que ele tinha que ter com o ovo para que não tocasse no gelo, para que vingasse a cria. Fiquei morto de pena dos pais que não conseguiam cumprir a tarefa, com suas demonstrações de desolação. Ainda mais que eu tinha aquele antecedente de ter deixado o Mario cair de cabeça no chão. Fiquei muito emocionado com o espírito de equipe dos machos que tinham que se agrupar, se reunir, ficar juntos para que todos pudessem realizar seu projeto pessoal.
Eu me identifiquei com um animal em que o macho tem um papel extremamente importante para a concepção dos filhotes. Os pingüins dividem a responsabilidade da concepção do futuro rebento. E o mais incrível é que essa responsabilidade não corresponde ao que se espera do macho, de qualquer espécie, do homem, enfim. Entre nós, o mais comum é o homem sair atrás de comida enquanto a mulher fica em casa. E os pingüins invertem isso. O macho cuida do ovo, enquanto a fêmea vai em busca de comida, se aventura, como se desse um tempo das responsabilidades, fosse espairecer um pouco.
Não era exatamente isso que a Bia fazia naquela época, mas ela tinha um cargo regional e viajava pra lá e pra cá o tempo todo, ficava dias fora. Eu dava aulas 3 dias e meio por semana e fazia minha tese, passava as noites em casa com as crianças. Cuidava da crias. Outra diferença é que entre os homens não há tanta solidariedade, não tem essa de agrupar pra cuidar dos filhos não. Aliás, a regra é que cuidar de filhos é tarefa de mulher.
Enfim, passei a achar o pingüim um bicho genial, dotado de uma sensibilidade singular, virei fã do bicho! Fiquei pensando que eu queria ser um pouco pingüim...
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2 comentários:
Octavio, lendo suas estorias agora - por que aqui de longe nunca pude observar tudo isso acontecendo na sua vida - acho que voce EH sim um pinguim!!!! um paizao!!! seus filhos sao abencoados por ter sua presenca na vida deles desta forma tao especial com toda sua dedicacao e atencao.... (eufalo de cadeira neste assunto).... :(
Sabe? este filme eh um dos filmes favoritos do Andeco? ele viu primeiro e nao sossegou ate que eu e a Bibia assistimos...eh mesmo muito lindo....
Mana, vou falar com o Andre sobre o filme.
Vou comprar um traje a rigor, de pinguim...
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