novembro 12, 2009

a história da mudança [6] – descobrindo o canadá

Descemos do navio e nos hospedamos num pequeno hotel no downtown Vancouver. Sou muito mais ‘experiente’ viajando por terra. Aliás, andar a pé é um dos melhores jeitos pra se conhecer qualquer cidade. Andamos por ali por 3 dias. Vimos o que foi possível ver em 3 dias. Ainda pegamos um ferry pra Victoria. As duas cidades nos encantaram, contudo, o ponto alto de Vancouver foi o reencontro com nossos amigos.

Vicki e Lutz nos convidaram, na verdade pra jantar. Jantar da América do Norte, às 6 da tarde. Pegamos um ônibus em downtown e chegamos em Richmond lá pelas 4. A casa delas nos encantou pela simplicidade, pela alegria, pelo aconchego. Tomamos um vinho, vimos a horta de Vicki, conhecemos seus gatos. Ficamos sabendo há alguns anos atrás Lutz havia trocado todo o piso da sala e colocado as lindas tabuas corridas, sozinho. Ficamos na cozinha, batendo papo, como fazemos no Brasil. Nos sentimos em casa.
Acompanhamos os preparativos do jantar, que foi servido pontualmente. Uma deliciosa salada com ingredientes da horta e um suculento canadian beef [Alberta triple A] acompanhado de um autêntico risoto italiano. Depois fomos passear a pé pelas redondezas e 20 minutos depois estávamos a beira mar, em Steveston, lugar histórico, que concentrou a colônia de pescadores japoneses no inicio do século 20.

Nos despedimos de Vicki e Lutz com a certeza de que havíamos encontrado amigos pra toda a vida. Tristes pela despedida, felizes pelo encontro e com uma grande expectativa pelo resto de nossa viagem.

Deixamos Vancouver em direção a Calgary, onde pegaríamos um motorhome para 5 dias nas montanhas rochosas. Do avião, a cidade me impressionou, mas não ficamos nem 2 horas por ali. Foi descer do avião, entrar no motorhome, fazer compras pra passar 5 dias e partir pra estrada.
Foram 5 dias de aventura. Paisagens espetaculares, trilhas surpreendentes e lugares maravilhosos ao longo de pouco mais de 300 km de estrada que cruzam os mais antigos parques nacionais das Américas. Levamos 3 dias de Banff a Jasper e mais 2 dias pra voltar. De fato, um dos passeios mais bonitos que já fiz.
A estrutura dos parques nos deixou de queixo caído. A experiência de viajar de motorhome nos encantou. Nos campings encontramos banheiros limpos, chuveiros quentes, locais pra fazer fogueira, hubs de energia elétrica, tudo. E encontramos pessoas interessantes. Logo no segundo dia encontramos um casal de poloneses imigrantes, com seu filho pequeno, da idade dos trigêmeos. Conversamos muito, jantamos juntos, nos divertimos. Peter e Isabela nos deram varias informações sobre a imigração. E também nos incentivaram a nos mudar para o Canadá.

Voltamos pra casa com a melhor das impressões do país. Organizado, infra-estrutura instalada, economia estável. Belezas naturais e um povo hospitaleiro. Mais que isso, descobrimos que o país é feito de imigrantes do mundo todo. Pronto! Estava dado o primeiro passo pra nossa decisão de mudar. Mas não só o encantamento com o Canadá seria razão pra isso, outras motivações nos moveram também. E a coisa ainda iria demorar um pouco.

4 comentários:

Paloma Varón disse...

Delícia de viagem! Não coheço o Canadá, mas meu pai foi e voltou impressionado, como vcs. Mas ele detesta frio, por isso não encarou outra imigração (ele já é imigrante no Brasil).
Tô adorando esta história em capítulos, ainda mais que ela terá um final feliz em fevereiro. Final é modo de dizer, claro. Mas não vejo a hora de ouvir as primeiras impressões já vivendo em solo canadense.

Silvia disse...

Oi Professor Octavio, não escrevo, mas leio seu blog TODOS, eu disse TODOS os dias. Estou muito curiosa pra saber como foi contar e explicar pros trigemeos (liiiindos) essa mudança. E como eles estão encarando isso. Um grande beijo da sua ex-aluna Silvia.

Soraya Wallau disse...

Cara, escreve um livro q eu compro, te prometo! Estou me deleitando com a história de vcs.
Ahhhh, parabéns!!!!! Q vc seja muito feliz, todos os dias ou a maioria deles, ne'?! hahaha.
Bjão procê, pra Bia e pros pequenos atletas.

Jussara disse...

Além de tudo eles ainda tinham gatos? Então são muito boa gente mesmo! rs. Gatos são tudo de bom (cachorros tb, mas é que os gatos são vítimas de preconceito). Aliás, acho que pra família de vcs ficar mais que perfeita só falta um pet ;).

Concordo com a Soraya, vc podia escrever um livro. Vc escreve de uma forma fluida e ainda dá detalhes que fazem toda a diferença, mesmo que sejam sobre coisas simples, que pra outras pessoas passariam despercebidos. Pra mim esse tipo de coisa é que deixa a narração mais envolvente e prazerosa de ler. Aproveita e escreve um livro duplo: sobre os tri e sobre as viagens de vocês :).