maio 23, 2008

Diogo e a Leoa

Estávamos curtindo a chegada do Diogo em casa e os 3 juntos. Apesar do trabalho ter aumentado e agora corresponder a realidade, ou seja, o trabalho para cuidar de trigêmeos, estávamos adorando. Foi uma fase de conhecimento, já que não sabíamos como era cuidar dele o tempo todo. A Laura sabíamos que era curiosa, ativa, e reclamava pra valer. O Mario era muito bonzinho e não reclamava de nada. O Diogo logo mostrou sua personalidade forte, de quem sabia o que queria e sabia protestar quando não estava de acordo.

Passados alguns dias ele começou a reclamar com mais freqüência e mais firme. Depois parou de mamar como nos dias anteriores e então passou a ficar mais quietinho. A Bia comentava que ele não estava bem, que tinha qualquer coisa errada. Eu dizia que ele era assim mesmo, que estava tudo bem.

Chegou o fim de semana e no domingo fomos passar o dia na casa dos pais da Bia. Ela estava muito preocupada. De fato, o Diogo estava muito quietinho, derrubado. Não queria mamar, não chorava, não reagia a nada. Só então eu percebi que havia alguma coisa. Ela ligou para o pediatra que, por sorte é primo dela, explicou o que estava acontecendo. Ele disse que logo chegaria pra examinar o Diogo. Bia estava uma pilha. O Dr. Luis entrou, examinou e recomendou fazer um raio x dos pulmões. Bia foi com Diogo pro hospital e eu fui pra casa com os outros dois e minha mãe.

Foram momentos de tensão e angústia. Fui pra casa desalentado mas ocupado com Laura e Mario. Bia ligou dando notícias. O Diogo ficaria no hospital, diagnostico: pneumonia. E o estado era delicado, a infecção estava em estado avançado e o menino bastante afetado. Eu fiquei desolado. Bia estava arrasada. Não deu nem tempo de curtir o moleque em casa e ele já estava de volta ao hospital. Foi horrível. Apesar de estarmos muito bem amparados pela equipe de neonatal do hospital, que era muito boa, a aflição era inevitável. Mas os dias se passaram e o Diogo, medicado e com cuidados especiais, logo melhorou. Em uma semana estava de volta e reunido aos irmãos. O menino mostrou ser forte, guerreiro. Ele tinha a experiência de se virar sem os pais sem os irmãos, coisa que os outros dois não sabiam o que era.

A pneumonia do Diogo serviu pra me mostrar a diferença entre o que é ser mãe e o que é ser pai. Nessas horas a mãe sente, pressente, intui que algo errado esta acontecendo com sua cria. Eu não percebi nada ate o último momento, quando vi a Bia demonstrar um certo desespero. Se não fosse a insistência da Bia, não sei se o Diogo se recuperaria. A mãe conhece seu filho como ninguém, a relação entre eles é, literalmente, umbilical, de umbigo mesmo, de ventre, gestada lentamente durante os meses de gravidez. O pai é um coadjuvante de luxo, um espectador privilegiado. Bia virou uma leoa e eu assisti aquilo quase impotente, estarrecido com sua energia, impressionado com sua intuição.

Por essas e outras é que existe aquele ditado: ‘Mãe é mãe, o resto é tudo...’

2 comentários:

Gabs disse...

oi, fazem dois dias que conheci o seu blog por indicacao de indicacao! Tbm tenho um blog pois acabei de ter bebe e estou morando longe de familiares e amigos, nos eua, como acho q vc tbm esta, pois olhei o titulo do ultimo post.
Anyway, estou tentando ler todos os seus post desde o comeco! Achei mto legal que vcs tiveram trigemeos sem tratamento e foi a peca chave q me fez querer ler o blog todo! Agora sobre essa pneumonia, ou sobre a historia de subnitricao da Laura e do Mario, que aflicao!!! Fiquei ate impressionada que nao tinha nenhum comentario nesse post! Agora, eu tenho uma pergunta, o diogo nao teve febre? Vcs nao perceberam se ele tnha febre qdo teve essa pneumonia?
Um abraco a essa familia!!

O Lacombe disse...

Gabby,
que legal, adorei saber que voce esta lendo tudo, eh um elogio. Nos moramos em Calgary, AB, Canada. Pois eh, o Diogo nao tinha febre nao, foi bem assustador, mesmo! Apareca! Achei linda a Rebecca! Abs