maio 06, 2008

Os primeiros sinais da barriga

Para uma gravidez de trigêmeos, até que a gravidez da Bia foi bem tranqüila. Como essa foi minha primeira experiência de gravidez, não tenho muitos parâmetros para comparação. Aliás, foi a primeira e última gravidez! Então não vai dar pra saber mesmo. O que sei é que a Bia não reclamava de nada, não sentia nada, ia tocando a vida normalmente enquanto a barriga crescia, crescia, crescia tanto que parecia que não ia parar nunca. Foi uma gravidez cercada de muitos cuidados de todos os lados. Também, pai e irmão médicos e muitos amigos médicos também.

Com dois meses já dava pra ver uma barrigazinha. Não dava pra afirmar com certeza que era uma barriga de grávida, mas ela já estava lá. Com uns quatro meses a barriga já tinha um tamanho considerável, parecia uma barriga de sete meses de uma gravidez normal. Não me lembro muito de outras barrigas. Minha irmã mais velha teve um barrigão da segunda gravidez que me lembro até hoje. A primeira gravidez da minha cunhada só apareceu com seis meses. Acho que as barrigas de gravidez são muito pessoais, variam de mulher pra mulher, entram aí fatores genéticos, saúde geral, forma física, disposição, astral, o futuro rebento que vai chegar, seu tamanho, sexo e muitas outras coisas. Apesar de ter acompanhado essa gravidez de trigêmeos, isso não me fez um especialista no assunto e nunca tive essa pretensão.

Mas, se pra Bia as coisas estavam sendo mais fáceis do que se poderia esperar, pra mim as coisas eram bem mais difíceis. Acho que dá pra imaginar um marinheiro de primeira viagem enfrentando uma tempestade em alto mar, não dá? O cara no convés do navio, pendurado sobre o mar, botando os bofes pra fora! Então, esse era eu, um futuro pai tendo pela frente uma gravidez tripla. (Acho que exagerei na imagem do marinheiro, não botei os bofes pra fora...mas chegou perto!) Até que no começo a coisa foi bem, a gente que se divertia bem, saía, fazia uma viagens curtas, tudo bem tranqüilo. Mas por volta da vigésima semana, ou por volta dos quatro meses, tudo mudou. E muito!

O obstetra que acompanhava a Bia era o Dr. André, amigo da Bia, filho do amigo do meu sogro, os dois eram colegas no mesmo hospital. Eu não o conhecia antes de entrar em seu consultório acompanhando a Bia. E logo de cara simpatizei com ele. Um cara franco, aberto, bem humorado, extremamente profissional. De vez em quando falava um pouco mais rápido do que o normal, o que me rendia alguns comentários divertidos depois da consulta, quando me perguntavam como tudo estava indo. Uma das coisas que ele disse e que marcaram a Bia e a mim foi: ‘agora acabou o glamour’, frase que ele mesmo traduziu como, depois dos filhos, acabou essa vida mansa de casal. Achei graça na hora, mas o cara tinha muita razão, muita.

Desde o início Dr. André deixou bem claro que a gravidez da Bia era de risco, que trigêmeos gerados naturalmente não era normal e que apesar da boa saúde da Bia, sua gravidez inspirava muitos cuidados. Mas ele sempre elogiava a Bia, dava parabéns. Bom, lá pelo quarto mês, fomos à consulta, tudo bem, ok, fez o ultrassom de rotina (aliás, ultrassom de gravidez é um negócio mágico, ainda mais de múltiplos, um monte de gente lá dentro, perninhas, bracinhos, quem será esse, e esse, é outro? Era a parte divertida da consulta ver a moçadinha dentro da barriga), beleza. Aí o Dr. André começou a falar: ‘agora acabou a brincadeira, não pode bobear, essa é uma gravidez de risco, e tem que tomar muito cuidado, parará parará parará’. Enquanto a Bia foi se trocar, ele continuou falando comigo, milhões de conselhos, advertências, instruções de precauções etc, etc, etc. O recado era, claramente, esse: se vocês não tomarem cuidado, pode ir tudo por água abaixo.

Eu saí dali arrasado, destruído, apavorado. Daí pra frente não dormi mais uma noite sequer. Acho que para a Bia as palavras do médico não tiveram o mesmo efeito, ela continuou dormindo a noite toda, numa boa. Preciso fazer uma pequena correção aqui. Disse que a Bia não sentiu nada, não reclamou, mas teve uma coisa que a incomodou: dormir. A barriga era muito grande, acho que descompensava o equilíbrio do corpo na horizontal, ela tinha que calçar a barriga, as costas, as pernas. Eram uns cinco travesseiros a mais na cama, fora a barriga, que com quatro meses já ocupava um bom espaço. Resultado, fui pro chão, num pequeno colchão ao lado da cama, minha ex-cama. Ali de baixo eu deitava, mas ficava ligado. A cada suspiro da Bia, a cada virada de lado que ela dava e eu esticava o pescoço, olhava pra ver se estava tudo em ordem. E assim foi até o dia do parto: o barrigão crescendo e eu sem dormir...


2 comentários:

Anônimo disse...

Fala aqui a "irma mais velha" - tambem me lembro ateh hoje daquela barriga IMENSA......voce mencionou hipopotamos....puxa! but it was fun! se serve de consolo o menino que saiu daquela barriga eh incrivel! esperto, carinhoso, engracado, companheiro, um amigao! valem a pena todas a marcas na pele que nunca mais se vao.....

O Lacombe disse...

querida irma, nao mencionei hipopotamos por causa das barrigas grandes...ha ha ha!
esse meu sobrinho eh mesmo um figurao! saudades dele! beijos.