[eu com Laura no colo na luz azul do 413]
Acho que trabalho mesmo só nessa área, porque no mais, os dois eram bem tranqüilos. Dormiam, se alimentavam, as funções vitais funcionavam direitinho, xixi, coco, etc. Mas posso garantir que foram dias agitados. Eu ficava lá o dia todo, curtindo os 5 dias a que tinha direito como pai ‘fresco’, como diziam. Saia pra ver alguma coisa na rua, voltava logo. Não queria desgrudar das crias. Bia se recuperou bem dos pontos da cesariana e ia se acostumando com a nova rotina. Eram cuidados que tomavam bastante tempo, apesar dos dois dormirem bem. E ainda íamos visitar o Diogo na Neo-natal, um andar acima, a toda hora. Brincávamos com ele, colocávamos no colo, Bia dava o peito, a mamadeira. Era doloroso vê-lo na incubadora, sozinho. Ele era bravinho, reclamava toda vez que mexiam nele. E tinha uma carinha meio triste, de partir o coração. Ficávamos emocionados de vê-lo, era tão miúdo. Que bom que nascera bem, sem problemas de saúde. Ele engordava a olhos vistos.
Interessante como cada um já mostrava sua personalidade já nos primeiros dias. O Mario era muito bonzinho, não reclamava, deixava fazer tudo o que tinha que ser feito, sem dar um pio. Tinha um acarinha de homenzinho, meio amassado, aqueles olhos inchadinhos parecendo um Mr. Magoozinho. Uma das enfermeiras caiu de amores por ele, era muito legal ver a relação que ela desenvolvia com ele. Aliás, as enfermeiras foram espetaculares, super qualificadas, carinhosas, pacientes, excelentes professoras de pais de primeira viagem! Por outro lado, a Laura já demonstrava seus atributos de princesa. Era bravinha, impertinente, manhosa. Mas não dava trabalho não. Minhas sobrinhas adoravam a Laura, claro, parecia uma boneca.
Uma passagem ilustra bem o temperamento de cada um. Os dois, Laura e Mario, tiveram icterícia, ficaram amarelinhos e um dos remédios era fazer fototerapia, tomar um banho de luz azul pra compensar a cor [engraçado, né?]. Bom, aí trouxeram dois berços especiais com a tal luz, era todo transparente, tinha luz por cima e por baixo. O quarto ficava inteirinho azul, parecia uma boate, os dois tinham que usar uma proteção para os olhos, uns óculos escuros. Só um dos berços tinha um colchão de silicone transparente e achamos que o Mario, por ser mais magrinho, precisava mais do colchão do que a Laura. Logo nas primeiras horas, o menino fingiu que não era com ele, mas a Laura, não parava de se virar, pra lá e pra cá. E reclamava, gemia, protestava. Depois de um tempo, alguém sugeriu que déssemos o colchão a ela. E pronto, ela parou de reclamar, dormiu na hora. E o Mario? Nem tchum! Continuou a dormir numa boa!
Foram dias diferentes, que eu não vou experimentar de novo. Uma coisa me impressionou bastante, as mulheres. Elas aparecem, visitam, ficam perto. Nessa hora aparece uma energia das mulheres que só elas têm. Um coisa de mãe mesmo, maternal. As visitas que recebemos foram quase 100% femininas. Pra mim, foram dias cheios de emoções, ao mesmo tempo estressantes e de um prazer imenso. Colocar um filho no colo é uma das coisas mais gostosas que existem. Aquele serzinho que a gente nem conhece direito faz a gente transpirar um amor incondicional. Foi aí que descobri o significado do amor incondicional. Amor de pai é isso, a gente ama os filhos e pronto, não tem mais o que dizer. Eu acho que ria e chorava à toa, tudo ao mesmo tempo. Era uma sensação muito boa, que não tem termos de comparação com qualquer outra situação.
Interessante como cada um já mostrava sua personalidade já nos primeiros dias. O Mario era muito bonzinho, não reclamava, deixava fazer tudo o que tinha que ser feito, sem dar um pio. Tinha um acarinha de homenzinho, meio amassado, aqueles olhos inchadinhos parecendo um Mr. Magoozinho. Uma das enfermeiras caiu de amores por ele, era muito legal ver a relação que ela desenvolvia com ele. Aliás, as enfermeiras foram espetaculares, super qualificadas, carinhosas, pacientes, excelentes professoras de pais de primeira viagem! Por outro lado, a Laura já demonstrava seus atributos de princesa. Era bravinha, impertinente, manhosa. Mas não dava trabalho não. Minhas sobrinhas adoravam a Laura, claro, parecia uma boneca.
Uma passagem ilustra bem o temperamento de cada um. Os dois, Laura e Mario, tiveram icterícia, ficaram amarelinhos e um dos remédios era fazer fototerapia, tomar um banho de luz azul pra compensar a cor [engraçado, né?]. Bom, aí trouxeram dois berços especiais com a tal luz, era todo transparente, tinha luz por cima e por baixo. O quarto ficava inteirinho azul, parecia uma boate, os dois tinham que usar uma proteção para os olhos, uns óculos escuros. Só um dos berços tinha um colchão de silicone transparente e achamos que o Mario, por ser mais magrinho, precisava mais do colchão do que a Laura. Logo nas primeiras horas, o menino fingiu que não era com ele, mas a Laura, não parava de se virar, pra lá e pra cá. E reclamava, gemia, protestava. Depois de um tempo, alguém sugeriu que déssemos o colchão a ela. E pronto, ela parou de reclamar, dormiu na hora. E o Mario? Nem tchum! Continuou a dormir numa boa!
Foram dias diferentes, que eu não vou experimentar de novo. Uma coisa me impressionou bastante, as mulheres. Elas aparecem, visitam, ficam perto. Nessa hora aparece uma energia das mulheres que só elas têm. Um coisa de mãe mesmo, maternal. As visitas que recebemos foram quase 100% femininas. Pra mim, foram dias cheios de emoções, ao mesmo tempo estressantes e de um prazer imenso. Colocar um filho no colo é uma das coisas mais gostosas que existem. Aquele serzinho que a gente nem conhece direito faz a gente transpirar um amor incondicional. Foi aí que descobri o significado do amor incondicional. Amor de pai é isso, a gente ama os filhos e pronto, não tem mais o que dizer. Eu acho que ria e chorava à toa, tudo ao mesmo tempo. Era uma sensação muito boa, que não tem termos de comparação com qualquer outra situação.
[clique no album abaixo para ver algumas fotos]
na maternidad |
Na sexta-feira, sinalizaram que estávamos prontos pra ir embora. Tínhamos passado no teste, já sabíamos como cuidar das crianças, aprovados como pais. Putz, deu um frio na barriga, ‘vamos embora pra casa? Só nós dois? Quer dizer, nós quatro?’ Ao mesmo tempo, estava louco pra ir embora, cuidar das crias em casa, começar a estabelecer uma relação de pai pra filhos, de pai e mãe, no nosso ambiente, nossa casa. Então, vambora, uai! No fim do dia, acharam que seria melhor passarmos o sábado também e no final, sairíamos só no domingo. A parte mais difícil dessa mudança, desse início de vida como pai, foi deixar o Diogo no Hospital. Sabia que ele estava ganhando peso e estaria nem, mas ainda assim saí de lá com o coração partido.
Domingo pela manhã juntamos nossas coisas, fizemos a trouxa dos pequenos e fomos pra casa. Já tínhamos tudo pronto para recebê-los. Minha mãe já estava lá de prontidão. Meu sogro nos levou, com o carro pretão dele, como ele o chama. E quem disse que ele conseguia estacionar na nossa vaga? É uma vaga difícil, justinha, precisa estar acostumado. Mas depois de 15 minutos, o carro estava estacionado! Lembro que comemos um Filé a Parmegiana do Bar do Alemão de Itu. Tomamos vinho, brindamos aos trigêmeos. Uma nova fase começava! E a deusa da abundância conheceria o fruto de sua magia!
5 comentários:
Oi,
Eu tô adorando relembrar tudo isto.
Amo você.
beijos
Bia
Octavio & Bia....
que incrivel eh isso....daqui de longe - estou aprendendo sua estoria........choro e dou risada....que oportunidade de saber como foi......que vontade de ter estado com voces.....saudade....amor....Mana'
Mana,
me dou conta agora de que voce nao estava por perto...mas estava aqui de outro jeito. Fcio feliz que o blog esteja funcionando pra mostrar como passei por cada fase dessa aventura. Eu tambem me emociono a cada comentario dos amigos. E voce eh minha comentarista mais assidua!
Beijao.
Octávio,
estou aqui na porta da uti neo-natal esperando minha esposa amamentar uma de nossas duas gêmeas (está tudo bem, só precisa aprender a mamar) e aproveitando a internet da maternidade que só pega aqui.
Depois e-mails e atualizações de orkut para comunicação com amigos e família, resolvi reler o relato da sua experiência.
Rapaz, me emocionei bastante. É isso mesmo, como você bem conseguiu expressar em palavras. O peso de um filho no colo é uma experiência única e inigualável...
Realmente é de partir o coração de ver os baixinhos na encubadora sozinhos, o meu pequeno Enrique está lá sozinho a 8 dias, vou embora com dor no coração todos os dias mas já saiu da UTI e já foi para o bercinho só para ganhar peso, daqui a pouco estará em casa com a família.
Tem mães que estão indo no Hospital a 90 dias, cheguei uma na UTI neo e com certeza sairei outra, apesar de tudo temos sorte!
Bjoooooo
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