Quando soube que seria pai de 2 meninos pensei que enfim teria maioria masculina em minha casa. Sim, por que sempre fui minoria, éramos meu pai e eu e pronto. Por muito tempo, bicho lá em casa era só macho: passarinho, gato, cachorro, peixe...Ainda assim as mulheres faziam a maioria esmagadora: minha mãe, minhas 3 irmãs, a cozinheira, a faxineira, a passadeira [2 vezes por semana], 1 amiga de cada irmã ou as primas que sempre vinham em dupla, minha avó, a Babá...fez as contas?...a casa vivia cheia de mulheres. A tal ponto que um belo dia, eu, no alto de meus 7 anos resolvi dar uma espinafrada naquilo que me parecia um abuso: ‘Não agüento mais esse cheiro de mulher no meu quarto, não quero nunca mais mulher no meu quarto’. Óbvio, fui advertido de que essa situação mudaria e eu ia querer muito um quarto cheio de mulheres, cheirando a mulheres! Claro que esse se transformou num sonho frustrado da adolescência. De todo modo, a situação era absurda, um mulherio danado.
Mas a casa cheia de mulheres parece ser minha sina. Nem com 2 filhos consegui ser maioria. Como já disse, criança é departamento feminino. Desde as visitas à maternidade até a ajuda que recebíamos, o número de mulheres à minha volta aumentava exponencialmente: Bia, Laura, as 2 avós, as 2 babás, a faxineira 1 vez por semana, minhas 2 irmãs, a tia-avó da Bia, e a coisa não parava...
Os trigêmeos nasceram e toda a ajuda era bem vinda e nós sempre estávamos à procura de mais ajuda. Além das babás, das vovós e das ajudas esporádicas, achávamos que poderíamos ter mais ajuda. E tudo aconteceu meio por acaso. Uma das moças que tinha trabalhado com a Bia no hotel estava num programa de Au pair para fazer uma experiência no exterior. O programa exigia comprovação de experiência de não sei quantas horas, ou algo como quanto mais horas de experiência, melhor. Au pair é como chama as babás na Franca e em grande parte do mundo. Muitas meninas, grande parte delas universitárias, participam desse programa organizado por uma agência de intercâmbios aqui do Brasil.
Então essa moça, muito delicada, perguntou a Bia se podia fazer estagio lá em casa, com os trigêmeos. Pode? Não só pode como deve! E deu muito certo. Ela entrava na troca de turno das babás ou no fim da tarde, até chegarmos do trabalho, sempre com mais alguma pessoa junto. Deu tão certo que procuramos a agência que organizava o programa oferecendo nossa casa e nossos filhos para outras mocas que precisassem comprovar experiência. Era uma situação inusitada, uma inovação. Nossa casa estava na lista de estágio disponível para as Au pair. Outras meninas vieram, ficaram por um tempo, por 2 ou 3 meses e depois iam embora. Às vezes tinham 2 ou 3 em casa. E chegavam outras. Chegou a ter fila na agência de gente querendo estágio na nossa casa. Afinal, a credencial era de alto gabarito: experiência em cuidar de trigêmeos!
No final, depois de um tempo, cansamos. Era muita gente em casa, um mulherio danado. Não que eu não goste, longe disso! Mas eu chegava em casa meio cansado, querendo relaxar e ver as crianças e às vezes não conseguia nem chegar perto deles. Só conseguia pegá-los no colo depois que todo mundo tivesse ido embora. Às vezes nem isso, porque as moças já os colocavam na cama pra dormir. Então eu ia vê-los só na hora da mamadeira...De qualquer jeito, foi uma experiência bem legal. Mais uma entre tantas que tivemos com esses tri!
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2 comentários:
Oieee!
Eu tive trigêmeos agora com 4 meses e apesar de odiar essa mulherada dentro da minha casa, adoraria saber onde é essa agência de au pair. vc tem um tel ou site? Vou continuar lendo seu site pra ver se consigo mais dicas. Meu email é ila.sym@terra.com.br
Obrigada!
Ila Sym
oi Ila,
a agencia eh a Experimento, acho que tem em varias partes do Barsil e por ai afora.
http://www.experimento.org.br/main.asp
procure por trabalho no exterior, au pair
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