maio 26, 2009

quantos anos tem essa menina?


Ontem à noite, depois do jantar das crianças, lá pelas 7 horas, entro no tatame, que é como chamamos até hoje a sala de TV e da bagunça. Quando bebês, nós colocamos um forro de EVA daqueles quadradões que encaixam uns nos outros e chamávamos isso de tatame. Aí, ficou o apelido pra sala. Sala do tatame. Bom, lá pelas 7 da noite entro no tatame e vejo que está passando um filme que adoro num desses canais de filmes pra família, dublados: Meu cão Skip [My dog Skip, Jay Russel, 2000]. Laura estava zappeado, acabou achando o filme e parou ali. Quando entrei e vi que o filme estava passando disse que o adorava. Assisti ao filme junto com a Laura.

É a história de um menino franzino, baseada nas memórias do autor Willie Morris. Willie tem mais ou menos 10 anos, é filho único de um casal comum, lá pela década de 40 no Mississipi. O pai, veterano de guerra, manca de uma perna e sofre com as recordações da guerra. A mãe dedica-se à família. Os pais sofrem vendo o filho ser rejeitado pelo grupo de meninos mais agressivos, mais moleques. Até que Willie ganha um cachorro, um Fox terrier [de pelo liso ou smooth em inglês] que ele batiza de Skip [alguém se lembra de uma série que passou na Cultura sobre um cãozinho chamado Wishbone? Então, Skip é um cãozinho muito parecido]. E sua vida muda completamente. Ele passa a ser aceito pelo grupo de meninos, flerta com a menina mais bonita da cidade. Enfim, Willie tem uma bela infância, acompanhado de seu melhor amigo, o Skip. O filme termina melancolicamente. O menino cresce, vai para a faculdade. Skip, velhinho, fica sozinho e triste. O pequeno cão morre sem nunca mais ver seu amigo Willie, que se transformou em escritor.

Gosto desse filme por vários motivos. Por que é muito bem feito, o menino é uma graça e os valores transmitidos são dos mais louváveis: lealdade, respeito, amor, amizade, companheirismo, dignidade, cortesia. Esses princípios importantes para construir um bom caráter e que já foram mais valorizados do que hoje em dia. E também porque tive um cão vira-lata que me acompanhou dos 2 aos 16 anos, o Xodó, meu grande companheiro.

Enfim, assistimos o filme e perto do final me levantei para ir ao banheiro. Nessa hora, Laura estava com a cabeça deitada em minha perna. Quando voltei vi que ela estava esfregando os olhos e fungando. Deitei sua cabeça de novo em minha perna para ver o final do filme. É um final triste mesmo, o cãozinho sozinho no quarto do menino enquanto a narração explica que ele morreu. O filme termina e Laura está chorando baixinho. Peguei-a no colo e, sem dizer nada, abracei-a e chorei junto.



Depois de um tempo perguntei se ela estava chorando. Ela caiu na gargalhada, dizendo não. E perguntou se eu estava chorando e choramos um pouco mais juntos. Nunca imaginei que essa pequena de 5 anos fosse ter essa reação. Me pareceu uma reação de crianças tão mais maduras, de uma menina adolescente...Laura sempre surpreende. É o que sempre digo pra mim mesmo: por trás dessa moleca se esconde uma princesa.

10 comentários:

chica disse...

Muito lindo e comovente teu relato e te prepara pois eles surpreendem sempre...abraços,chica

Soraya Wallau disse...

Ai q lindinha! Eu adoro qnd eles nos mostram um pouco do coraçãozinho e o mais legal é q vc mostrou o seu tbm. Cultivar os sentimentos é sempre uma coisa muito louvável.
Bjo grande!

Alê disse...

Pois é, Octávio....sua princesa já é uma mocinha!
Esse filme é LINDO mesmo! choro horrores tb.........
E lógico chorei lendo teu post!sempre me emociono muito em filmes que tenham cães...Lembro dos q eu tive e já se foram.... E o choro da Laura me lembrou do qto chorei em Marley e eu.Eu mesma me surpreendi com tanto choro!rsrs
Beijos pra vcs e um especial na grande pequena notável, Laura!

Nadja Kari disse...

Que lindaaa... eu me lembro de momentos em que eu ficava emocionada com filmes tamb;em, quando era bem pequena, ou momentos em que meu pai lembrava... os que eu me lembro melhor tbm sao com animais... a historinha do panda e uma de um gatinho, que se perdia da familia...

beijoooos

Vanessa Anacleto disse...

ah, que preciosidade. Esses momentos que passamos com esses pequenos não tem preço. Parabéns! Vc tem momentos em triplo :-)


abraço

Anônimo disse...

Por esses dias descobri o seu blog. Estou dando uma lida nos arquivos. E o seu é muito especial: simples e bonito. O que é raro hoje em dia. Do que li até agora, me emocionei com o médico atleta que fez o parto das crianças, coisa rara hoje em dia. E a boa ideia de vcs, das crianças confeccionarem desenhos nos azulejos,que coisa mais fofa, demais mesmo. E quanto ao filme, vou procurar e ver com meus filhos, não conheço, obrigada pela dica. E seus filhos são lindos, parabéns pelas crias, e pelo blog.
um gde abraço
madoka

Cláudia Oliveira disse...

que lindinha!! e sapeca!! te pregou uma peça!! heheheh...eu choro até hoje vendo filmes tristes!!

Eliane disse...

Oi Octávio,
adorei!
Sem palavras.
Grande beijo, Eliane

Unknown disse...

Oi Octavio....
seus filhos estão lindosss....
e adorei a historia do filme...as crianças são maravlihosas e supreendentes, né?!

ah, temos q marcar um encontro da arquitetura, cheio de criançasss...rsrsrsrsrs

parabens...eles estão lindooossss...

bjão saudadess

Anônimo disse...

Oi, Octávio!
Muita sensibilidade no seu blog, eu percebi. Este post, em especial, me chamou a atenção. Eu já tinha visto esse filme mas não me lembrava do nome dele. E me lembrei do filme outro dia quando a minha cachorrinha começou a passar mal.
E que gracinha a sua Laura, heim?
Bjo