dezembro 06, 2010

trabalho 3: hardware

Denis era o team leader, o supervisor do hardware. O departamento na verdade não é um, mas cinco: hardware, fitness, gardening, small appliances e seasonal [em dezembro: natal!]. O trabalho consistia em lidar com os clientes, vender, cuidar da área em geral e montar equipamentos: esteiras, tratores, snowblowers, essas coisas.

O time tinha ainda Hermon, um cara da Eritréia; Noel, uma senhora em seus sessenta; Francisco, um chileno trabalhando part-time; Laurits, um quarentão meio perdido; Myla, uma filipina fazendo trabalho de fim de ano; Tyler, um menino que deve ter fugido da escola e Curtis, um moleque que aparecia de vez em quando. O gerente era outro menino, talvez perto dos trinta, chamado Justin.

Trabalhei duas semanas duro, pesado, montando equipamento, descarregando caixas no depósito, arrumando produtos nas prateleiras, fazendo tudo o que fosse preciso. O Denis chegava e dizia: 'tenho um job pra você. Vai no depósito, trás tal caixa pra cá e monta.' Sem problema. Até que no fim dessas duas semanas Denis avisa que está de saída. Como é que é? Vai sair? E agora, como é que eu fico? Não conhecia ninguém direito, tinha visto o gerente uma ou outra vez, como é que eu vou fazer?

Fiquei quieto, continuei trabalhando esperando que quem entrasse no lugar do Denis fosse com a minha cara. Denis trabalhou mais uma semana e no seu último dia ele me perguntou:
O que você acha de se candidatar pro meu lugar?
Eu? Cara, acabei de chegar, não sei nada, acho que não daria.
Pensa nisso, depende de você. O trabalho não é difícil mas é bem estressante. Se quiser, fala com o Justin.
Ok, vou pensar.

4 comentários:

"Direto das terras gélidas do norte..." Vanessa disse...

Nossa! Que legal! Conta mais? Quero ver como termina!! haha

Ziza disse...

HUmmm... que estranho, para nossos padrões brasileiros, né???!!!!! Mas, se tu não tens nada a perder, poderás ter a ganhar! :)

Jussara disse...

Hum, acho que vc aceitou. Será? Aguardamos os próximos capítulos.

Lucio T disse...

Um ônibus pára, abre a porta e alguém te convida para uma jornada. O único jeito de descobrir o destino é se juntar aos passageiros.
Ou então ficar, olhar sua partida e depois se perguntar como teria sido e para onde ele te teria levado.
A fortuna necessita da virtude para se completar.
Em todo caso, está tudo certo.
Como diria Millor, "Na dúvida, não duvide..."
Abraços de São Paulo quente e úmida.