Denis era o team leader, o supervisor do hardware. O departamento na verdade não é um, mas cinco: hardware, fitness, gardening, small appliances e seasonal [em dezembro: natal!]. O trabalho consistia em lidar com os clientes, vender, cuidar da área em geral e montar equipamentos: esteiras, tratores, snowblowers, essas coisas.
O time tinha ainda Hermon, um cara da Eritréia; Noel, uma senhora em seus sessenta; Francisco, um chileno trabalhando part-time; Laurits, um quarentão meio perdido; Myla, uma filipina fazendo trabalho de fim de ano; Tyler, um menino que deve ter fugido da escola e Curtis, um moleque que aparecia de vez em quando. O gerente era outro menino, talvez perto dos trinta, chamado Justin.
Trabalhei duas semanas duro, pesado, montando equipamento, descarregando caixas no depósito, arrumando produtos nas prateleiras, fazendo tudo o que fosse preciso. O Denis chegava e dizia: 'tenho um job pra você. Vai no depósito, trás tal caixa pra cá e monta.' Sem problema. Até que no fim dessas duas semanas Denis avisa que está de saída. Como é que é? Vai sair? E agora, como é que eu fico? Não conhecia ninguém direito, tinha visto o gerente uma ou outra vez, como é que eu vou fazer?
Fiquei quieto, continuei trabalhando esperando que quem entrasse no lugar do Denis fosse com a minha cara. Denis trabalhou mais uma semana e no seu último dia ele me perguntou:
O que você acha de se candidatar pro meu lugar?
Eu? Cara, acabei de chegar, não sei nada, acho que não daria.
Pensa nisso, depende de você. O trabalho não é difícil mas é bem estressante. Se quiser, fala com o Justin.
Ok, vou pensar.
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4 comentários:
Nossa! Que legal! Conta mais? Quero ver como termina!! haha
HUmmm... que estranho, para nossos padrões brasileiros, né???!!!!! Mas, se tu não tens nada a perder, poderás ter a ganhar! :)
Hum, acho que vc aceitou. Será? Aguardamos os próximos capítulos.
Um ônibus pára, abre a porta e alguém te convida para uma jornada. O único jeito de descobrir o destino é se juntar aos passageiros.
Ou então ficar, olhar sua partida e depois se perguntar como teria sido e para onde ele te teria levado.
A fortuna necessita da virtude para se completar.
Em todo caso, está tudo certo.
Como diria Millor, "Na dúvida, não duvide..."
Abraços de São Paulo quente e úmida.
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