dezembro 14, 2010

trabalho 10: o dia a dia

Mês e meio já se passou e as coisas no trabalho vão indo. Trabalhar nos fins de semana não é nada agradável. São os dias mais movimentados e estressantes. Loja cheia, clientes sem paciência, muita gente chata pra falar a verdade. Também não estou gostando de perder os dias de folga das crianças, acaba que não os vejo muito, fico com saudades e eles também. E Bia fica cansada de cuidar dos três sozinha o fim de semana todo.

Os dias da semana até que não são tão ruins. Há menos gente na loja, gente mais calma, com mais tempo. A Sears não prima por seu atendimento ao cliente e acho que por isso a loja não é tão movimentada quanto poderia ser. Em todo o caso, eu atendo todo mundo com um sorriso, sou solícito, tento ajudar como posso.

Meu time é novo na loja também, exceto pela Noel, que tem anos de Sears e conhece tudo. Ela ensina um monte a mim e aos outros. Os outros são mais jovens e inexperientes e cometem alguns erros quando usam o sistema. Nós temos um caixa em que além de recebermos pagamentos fazemos pedidos de máquinas e equipamentos de ginástica. O sistema é bem complexo e uma pequena distração pode causar um grande erro.

Que ver só? Quando a gente faz um pedido de uma esteira, por exemplo, a gente tem que entrar com o telefone do cliente e o sistema traz todas as informações, endereço, tudo. Um número errado na sequência do telefone e a esteira vai pra casa de outro cliente. Claro que quem está entrando com os dados tem que verificar o endereço, nome, tudo do cliente, mas um cara de 17 anos não tem paciência pra faze isso, então...
Outra coisa. Os pedidos tem que ser feitos para o centro de distribuição e podem ser entregues na loja e o cliente vem pegar aqui ou na casa dele. Cada opção tem um número e se o numero é digitado errado, o cliente pode nunca receber o produto porque pode ser que o produto nunca tenha sido pedido. Isso já aconteceu duas vezes.

E informação errada, então? Motor pra abrir garagens aqui é um produto em alta demanda. Vende um monte. E são feitos pra abrir portas de até cerca de 2 metros de altura. E um dos caras do time insiste em dizer pros clientes que os portões são adequados para portas de até 3 metros. Resultado, os caras voltam furiosos, frustrados e a solução é dar para o cliente uma extensão da corrente, de graça.

Eu sofro com o sistema, acho péssimo, muitos passos pra cumprir cada tarefa. Mas faço tudo com super atenção, checo todos os passos, faço com calma. Não é a parte que eu mais gosto. Prefiro falar com os clientes, atendê-los. E a Sears é uma loja de velhinhos, a maioria dos clientes são de idade. Alguns são ranzinzas, mas outros são sensacionais. E aparecem por lá várias vezes por semana, só pra passear.

Um comentário:

Jussara disse...

Que sistema mais dinossáurico é esse? Deve ser muito irritante.

E sobre o produto acabar indo pra casa de outra pessoa, me lembrou uma situação que vi acontecer na Fnac de Brasília, uma vez. O cliente foi pegar o produto que tinha comprado, já havia pago. Entregaram um aparelho de DVD. Ele falou que não era DVD, era um notebook que ele havia comprado. Resultado: tinham acabado de entregar o notebook dele pra outra pessoa que já tinha saído. Não fiquei pra ver o final, mas não deve ter sido muito legal para o funcionário desatento.